Dino diz que caso Marielle será resolvido “integralmente” em breve
Ministro da Justiça deixa a pasta em janeiro, para assumir cargo no STF. Ele prometeu conclusão das investigações, sem detalhar um prazo
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (21/12) que o caso Marielle Franco será “integralmente resolvido” em breve. A ex-vereadora e o motorista, Anderson Gomes, foram executados em março de 2018, no Rio de Janeiro, e a investigação nunca foi concluída.
“Quero reiterar e cravar: não tenham dúvida, o caso Marielle em breve será integralmente elucidado. Esse é um caso fundamental pelo simbolismo de defesa das mulheres, de defesa das mulheres da política e, portanto, de defesa da política”, declarou o ministro.
Segundo Dino, em 2 de janeiro, ele disse que iria elucidar definitivamente o caso. Quase um ano depois, o chefe da pasta garantiu que “as investigações avançaram”. O ministro não detalhou um período para concluir as investigações, por não “controlar o inquérito” nem ter contato direto com os delegados responsáveis.
Dino discursou em solenidade na sede do ministério, em Brasília, em clima de despedida. O atual chefe da pasta permanecerá no cargo até as primeiras semanas de janeiro, quando deixará o cargo para aguardar a posse como ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para 22 de fevereiro.
Em coletiva de imprensa posterior ao evento, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, reiterou a fala do ministro e defendeu que as evidências permitem “convicção” de que o caso terá uma resposta.
“Esses meses [de investigação da PF] nos permitiram ter o otimismo, pela qualidade do que se está apurando na investigação, pelo conteúdo de provas de outros elementos de colaboração que tem sido corroborados, e nós trazem essa, eu diria até, convicção, de que daremos uma resposta que a sociedade espera. Em que tempo, em que momento? é a equipe que dirá”, afirmou.
Caso em aberto
O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram a vereadora e o motorista, e o ex-policial militar Elcio de Queiroz, suspeito de dirigir o carro que perseguiu a política após ela sair de um evento na Lapa, zona central do Rio, foram presos em 2019.
Os motivos e os mentores do atentado permanecem desconhecidos. Em julho, a investigação ganhou um novo capítulo após a delação premiada de Elcio de Queiroz, que confirmou Ronnie como autor dos disparos, além de levar à prisão de um terceiro suspeito, o ex-bombeiro Maxwell Simões.
A resolução do crime é uma das prioridades do ministro Dino. Ele tomou como tarefa pessoal a elucidação do caso. Em fevereiro, determinou que a Polícia Federal entrasse na investigação.