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Dino diz que aumentará equipes federais no Rio e viaja para o Paraguai

Flávio Dino anuncia envio de equipe para o Rio. Diário Oficial vem com viagem do ministro ao Paraguai para evento sobre crime organizado

atualizado

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Delegado Imagem colorida de Flávio Dino - Metrópoles
1 de 1 Delegado Imagem colorida de Flávio Dino - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

Após uma segunda-feira (23/10) de terror no Rio de Janeiro, após o sobrinho de um miliciano ser morto em um confronto com a polícia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que aumentará o número de equipes federais no estado e no município. Em post nas redes sociais, ele afirmou que mandará uma série de autoridades para a capital fluminense.

Ao mesmo tempo, o Diário Oficial da União desta terça-feira (24/10) vem com a autorização de viagem de Dino para o Paraguai. O ministro estará em Assunção nos dias 26 e 27 de outubro para uma reunião com ministros da Justiça e um evento contra o crime organizado (veja aqui a publicação).

Veja quais são as autoridades enviadas ao Rio:

  • Secretário Executivo Ricardo Cappelli;
  • Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar;
  • Comandante da Força Nacional, coronel Alencar.
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Rio tem pelo menos 30 ônibus incendiados após morte de sobrinho de miliciano
Ônibus incendiado no Rio
Vídeo mostra homem ateando fogo em ônibus no Rio de Janeiro
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Ônibus incendiado no Rio

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Rio tem pelo menos 30 ônibus incendiados após morte de sobrinho de miliciano

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Ônibus incendiado no Rio

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Vídeo mostra homem ateando fogo em ônibus no Rio de Janeiro

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De acordo com Dino, eles vão se reunir com as superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, assim como equipes dos governos estadual e municipal.

“Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões. Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao estado e ao município”, apontou o ministro.

Flávio Dino terminou o post com o discurso de união entre governos federal, municipal e estadual e afirmou que outras crises foram superadas dessa forma.

“Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível. Foi assim que agimos em outros estados que atravessaram crises de Segurança neste ano de 2023. Teremos novas decisões nos próximos dias, sob orientação do Presidente Lula”, escreveu.

Viagem de Dino

A viagem de Flávio Dino ao Paraguai tem ligação com os acontecimentos no Rio de Janeiro. Nos dias 26 e 27 de outubro, ele participa, em Assunção, do lançamento da “Estratégia Paraguaia contra o Crime Organizado, a Corrupção e a Lavagem de Dinheiro”.

Também haverá uma reunião com ministros da Justiça de outros países.

Veja a publicação:

Imagem colorida mostra reprodução do Diário Oficial da União com viagem do ministro Flávio Dino para o Paraguai
Viagem de Dino para o Paraguai no DOU

O que aconteceu no Rio

Na segunda-feira (23/10), Matheus da Silva Rezende, ligado ao miliciano Luís Antônio da Silva Braga, mais conhecido como “Zinho”, morreu em um confronto com a polícia. Chamado de Teteu e Faustão, Matheus era sobrinho de Zinho e era o segundo na organização do miliciano.

A partir daí, 35 ônibus foram incendiados no Rio de Janeiro como represália à morte do miliciano. De acordo com apurações do Metrópoles com fontes de inteligência e com o histórico de investigações oficiais, Zinho lidera a milícia tem o apelido dele no nome, o Bonde do Zinho. A origem do grupo se deu após um processo que envolve a participação de familiares e trocas de comando em regiões dominadas pela milícia.

Há uma relação do Bonde do Zinho com a extinta Liga da Justiça, milícia que comandava a Zona Oeste, criada na década de 1990 pelo ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho.

O grupo que viria a se tornar o Bonde do Zinho chegou ao comando de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. Após a execução dele, porém, o comando se transferiu a Wellington da Silva Braga, o Ecko. Ambos eram irmãos de Zinho.

Zinho ascendeu à chefia da milícia após a morte do irmão Wellington, em junho de 2021. O então líder do grupo morreu durante operação da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm).

Expansão

O miliciano Ecko, irmão de Zinho, atuou para expandir a milícia. Sob seu comando, o grupo dominou a Zona Oeste de forma extremamente bem-sucedida, do ponto de vista da criminalidade. A milícia passou a ser conhecida como Bonde do Ecko. Com a substituição no comando, a milícia se tornou o Bonde do Zinho.

A atuação dos milicianos se dava principalmente com base na proibição do tráfico, segurança armada e cobrança de percentual para botijão de gás e luz e serviço de vans. Além disso, passou a dominar a prestação de serviço de TV a cabo e internet.

As ações ainda avançaram à exploração de areia na Baixada, e criando empresas de terraplenagem, entrando no serviço de construção.

Após a morte de Ecko, porém, os antigos aliados passaram a disputar o comando da milícia na Zona Oeste. A disputa passou a envolver outros grupos paramilitares. Entrou em cena na disputa também o Comando Vermelho, que aproveitou a fragilidade e a fragmentação para também roubar territórios.

Terror

Diante da morte do sobrinho do miliciano, uma onda de terror tomou conta do Rio de Janeiro. Até o momento, pelo menos 35 ônibus foram incendiados na zona oeste do Rio. Além disso, existem relatos de outros veículos destruídos pelas chamas e vias interditadas.

A Prefeitura do Rio de Janeiro entrou em estágio de “mobilização”, segundo nível em uma escala de cinco, que significa que há ocorrências de alta impacto na cidade.

Segundo o governo municipal, a ação criminosa tem provocado reflexos nos bairros de Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça.

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