Dias aprovou contrato 1.800% mais caro que o recomendado, diz jornal
Documentos mostram que, na gestão de Roberto Dias, o Departamento de Logística do Ministério da Saúde ignorou parecer técnico sobre contrato
atualizado
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Documentos obtidos pelo Jornal Nacional mostram que o Departamento de Logística do Ministério da Saúde, na gestão de Roberto Dias, teria autorizado contrato com valor 1.800% mais caro do que o recomendado por parecer técnico.
A proposta inicial com a VTCLOG, para receber e organizar medicamentos, teria sido fechado, com interferência de Dias, em R$ 18 milhões. Os profissionais do Ministério afirmavam, no entanto, que o valor adequado para o serviço seria de R$ 1 milhão. A empresa pedia R$ 57 milhões.
O montante, apesar de 60% menor do que o pedido pela companhia, ainda ficou 1.800% acima da recomendação dos técnicos. Segundo reportagem do JN, a consultoria técnica da Pasta chegou a questionar a negociação e recomendou até mesmo a rescisão do contrato.
Ignorando o laudo técnico, a diretoria de Roberto Dias emitiu os pareceres e deu aval ao pagamento à empresa. Agora, a VTCLOG está pedindo mais uma atualização do valor, pelos serviços prestados ao longo deste ano, e apresentou uma fatura de R$ 22 milhões.
De acordo com a diretora-executiva da VTCLOG, Andreia Lima, a negociação foi lícita e o acordo, vantajoso para os cofres públicos. A empresa, no entanto, ainda não teria recebido os valores devidos.
Confira a nota técnica sobre o assunto:
Nota técnica do Ministério da Saúde by Metropoles on Scribd
Defesa de Roberto Dias
O ex-diretor de Logística Roberto Dias também defendeu o acordo. Segundo a defesa do ex-servidor, ele não assinou novo contrato, mas um aditivo de redução.
De acordo com o comunicado, ao observar o “valor exorbitante”, o ex-diretor de Logística glosou o pagamento e solicitou um aditivo para alterar a forma de cálculo da movimentação dos itens. “De tal forma, gerou economia para os cofres públicos de mais de 50%”.
Confira a nota na íntegra:
Nota de Roberto Dias by Metropoles on Scribd
Até o fechamento da reportagem, o Ministério da Saúde não deu retorno.