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Dia sem morte por Covid em SP sinaliza eficácia da Coronavac

Especialistas avaliam que dia sem mortes por Covid no estado comprova efetividade da Coronavac,que chegou a ser contestada por autoridades

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Hospital de Campanha
1 de 1 Hospital de Campanha - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Em 17 de março de 2020, foi registrada a primeira morte por Covid-19 em São Paulo. De lá para cá, todos os dias o estado teve óbitos pela doença, algo que mudou na última segunda-feira (8/11).

O primeiro dia sem mortes por Covid no estado mais populoso do país desde o início da pandemia é motivo de comemoração e prova de que a vacina, especialmente a Coronavac, funciona, dizem médicos infectologistas ouvidos pelo Metrópoles.

O destaque ao imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac se deve ao fato de que o composto chegou a ser contestado por autoridades. Em uma sequência de troca de farpas com o governador João Doria, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Coronavac “não deu certo”.

A vacina do Butantan também passou por escrutínio público após a morte do ator Tarcísio Meira, aos 85 anos, por Covid. Ele havia recebido as duas doses do composto.

São Paulo, no entanto, viu os registros de mortes cair primeiro entre a população idosa, a mais vulnerável, e também a que teve prioridade na vacinação e que recebeu majoritariamente a Coronavac. Isso porque até o início de abril, quando vacinava os maiores de 65 anos, 80% das doses disponíveis do país eram as do laboratório chinês.

“Um tapa na cara dos negacionistas: vacina funciona”, diz Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas.

“É uma das notícias que a gente vem perseguindo há mais de um ano e meio”, comemora.

Hoje, São Paulo tem 71% de sua população com o esquema vacinal completo. É o primeiro estado a atingir este patamar. Dados do vacinômetro do estado mostram que um terço dos imunizados recebeu a Coronavac.

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O governador João Doria (PSDB) durante a primeira vacina aplicada
Coronavac
Moradora de Itaquera, a enfermeira Mônica Calazans
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Primeira vacina foi aplicada em São Paulo

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O governador João Doria (PSDB) durante a primeira vacina aplicada

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Moradora de Itaquera, a enfermeira Mônica Calazans

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Sergio Cimerman, médico do Hospital Emílio Ribas e do Hospital Israelita Albert Einstein, também exalta o sucesso da vacinação que possibilitou o dia sem mortes no estado. “É uma notícia excelente, é fruto de uma vacinação eficaz”, diz.

“Apesar de ter um presidente da República que não apoia a vacinação, a vacinação tem sido super efetiva, a população tem entendido a necessidade, e a resposta é essa: diminuição no número de internação, diminuição acentuada de óbitos, e com isso a gente vai caminhando para ser um dos países que mais vacinou”, comenta.

Cimerman acredita que a Covid-19 deve chegar ao mesmo patamar do Influenza, o vírus da gripe, em que há mortes, mas que são reduzidas pela vacinação. “O que mostra esse dado é que a população vai ter que ficar alerta que, para o ano que vem, nós vamos ter uma nova campanha de vacinação contra a Covid, e que ela tem que realmente a adotar isso como um fator de vida”, alerta.

Monitoramento de dados

Apesar de comemorar a notícia que considera “importantíssima”, Suleiman ressalta que se trata de um dado isolado, de uma segunda-feira, dia em que as notificações de mortes geralmente são menores que a média – nos finais de semana, as informações sobre internações e óbitos geralmente ficam represadas nas unidades de saúde e são atualizadas ao longo da semana.

“A gente precisa ainda ter um pouco de cuidado e acompanhar essa curva. Se se mantiver nestes níveis, eu acho que a gente está atingindo aquilo que a gente se propôs a conquistar, que é proteger as pessoas”, afirma.

“Eu estou sendo mais cauteloso, embora eu esteja bastante feliz. Como técnico, realmente é uma celebração poder ver que pelo menos neste dia não houve registro de alguém que tenha morrido de uma doença imunoprevinível”, acrescenta.

De fato, a informação de um dia sem mortes no estado é controversa. A Prefeitura de São Paulo informou que houve cinco mortes na última segunda-feira na cidade. A discrepância é explicada pelo critério utilizado: enquanto o estado trabalha com a data da notificação, a capital considera a data de ocorrência do óbito.

Mas integrantes das duas administrações afirmam que o importante não é o dado isolado em si, mas a diminuição constante de mortes, internações e casos – junto ao avanço da vacinação na cidade.

Flexibilização

Com a redução de internações e óbitos que São Paulo experimenta, o governo já trabalha com a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras faciais a partir de 1º de dezembro, mas somente em ambientes abertos e sem aglomeração. Para ambientes fechados, não há uma previsão. O anúncio da data junto com as regras deve ser feito na próxima quarta-feira (17/11) pelo prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) e pelo governador João Doria (PSDB).

A flexibilização no uso de máscaras está condicionada a algumas metas, como a vacinação de 75% da população com as duas doses (ou dose única, no caso dos imunizados com a Janssen), chegar a menos de 1.100 casos novos por dia (o que já foi atingido, pois a média móvel atual é de 800 novos casos diários), ter menos de 300 internações diárias e menos de 50 óbitos por dia.

Não se sabe ainda se a vacinação será anual, semestral ou bianual, mas o governo de São Paulo já definiu que a partir de janeiro de 2022, toda a população deverá voltar a receber imunizantes contra a Covid. Determinados grupos como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde já receberam a terceira dose, ou dose de reforço no estado.

Veja como funciona o processo de envase no Instituto Butantan:

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Em uma sala completamente fechada e com acesso restrito, fica uma máquina em que os frascos são lavados
Em seguida, vem o envase do líquido de forma automática
Com a vacina dentro do frasco, ocorre o primeiro fechamento
Depois uma máquina coloca o selo de alumínio, com o fechamento total do frasco
Com a vacina já pronta, começa o processo de inspeção
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O envase da Coronavac tem início em uma sala completamente fechada com temperatura controlada em torno de 20ºC

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Em uma sala completamente fechada e com acesso restrito, fica uma máquina em que os frascos são lavados

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Em seguida, vem o envase do líquido de forma automática

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Com a vacina dentro do frasco, ocorre o primeiro fechamento

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Depois uma máquina coloca o selo de alumínio, com o fechamento total do frasco

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Com a vacina já pronta, começa o processo de inspeção

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Os lotes são armazenados e levados para outra sala

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Em um ambiente com pouca luz, começa a inspeção manual

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Nesta etapa, há o controle de cada um dos frascos

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Produção da vacina Coronavac

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Centro de produção da vacina Coronavac no Instituto Butantan, em São Paulo

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Centro de produção da vacina Coronavac no Instituto Butantan, em SP

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O Instituto Butantan descarta os frascos da vacina com irregularidades

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Cada frasco contém 5,9 ml do imunizante, equivalente a 10 doses com alguma sobra

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Centro de produção da vacina Coronavac no Instituto Butantan, zona oeste de São Paulo

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As últimas etapas são rotulagem e outro processo de controle de qualidade, que dura cerca de 14 dias

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