Dia do Trabalho reúne 2 mil em ato pró-Lula na PF em Curitiba
Manifestação é a maior em defesa do ex-presidente desde que o político foi encarcerado, em 7 de abril
atualizado
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Cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, fizeram o maior ato em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato, desde que ele foi encarcerado na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), há 24 dias. Sindicalistas, petistas, integrantes do MST, apoiadores e simpatizantes lotaram as ruas do acesso principal ao prédio da PF a partir da manhã desta terça-feira (1°/5).
Desde a tarde dessa segunda (30/4), 37 ônibus com sindicalistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal e interior do Paraná chegaram em Curitiba para o primeiro ato unificado das sete maiores centrais sindicais no Dia do Trabalho – CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical.
Também participou grupo de aproximadamente 100 pessoas que permanece acampado, a cerca de um 1km do prédio onde Lula está preso, em vigília. Todos os dias, os manifestantes se concentram em uma encruzilhada de acesso ao portão principal da polícia, onde fica montada toda estrutura operacional do acampamento (como ponto de donativos, setor de comunicação, organização etc). É nesse ponto onde são feitos os atos, os discursos e os tradicionais gritos de saudação matinais: “Bom dia, presidente Lula” – repetido sete vezes em coro e megafones nesta terça (1).Com o ato de 1º de Maio, foram pelo menos quatro “bom dias” ao ex-presidente. A manifestação também registrou discursos de políticos que passaram pelo local, um ato ecumênico, cantorias, gritos de guerra em apoio a Lula e xingamentos ao juiz federal Sérgio Moro, titular da Lava Jato; à juíza Carolina Moura Lebbos, responsável pela execução da pena do petista; aos procuradores e “à mídia golpista”.
Discursos políticos
Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, amigo e um dos possíveis nomes do PT para substituir Lula na corrida eleitoral ao Planalto, passou pelo local, onde discursou. “Não temos plano B, nem C, X, Y ou Z. Nosso plano é Lula livre, Lula candidato e Lula presidente”, repetiu Wagner, aos manifestantes.
O ex-governador enalteceu os “40 milhões de pessoas” que Lula tirou da extrema pobreza. “Nós veremos um movimento como nunca tenhamos visto. Esse 1º de Maio tem a cara daquele que levantou a classe operária à partir das greves do ABC”, disse.
Passaram ainda pelo ato o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, outro nome cotado para ser o candidato do PT na disputa presidencial; a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, e outros políticos. Os presidenciáveis Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSol) também confirmaram participação no ato, que conta com adesão das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Durante a semana, os organizadores falaram em reunir 25 mil pessoas na capital paranaense.
Eleições
Para Haddad, Lula seria eleito se pudesse disputar o cargo de presidente. Mesmo inelegível pela Lei da Ficha Limpa, devido à condenação judicial em segunda instância, ele pode registrar sua candidatura até 15 de agosto. “Por que privar o trabalhador do direito de escolher? Se as pessoas tivessem direito, elas votariam no Lula presidente”, discursou o ex-prefeito de São Paulo.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o presidente do diretório do PT no Paraná, Dr. Rosinha, também participam da manifestação
Na pesquisa Datafolha mais recente, de 15 de abril, Wagner teve 1% das intenções de voto no 1º turno. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad alcançou 2%. O ex-presidente Lula continuava na frente com até 31% das intenções de voto.
Por volta das 12h, o grupo se dispersou e seguiu – parte de ônibus, parte em caminhada – até a Praça Santos Andrade, na região central de Curitiba, onde ocorre nesta tarde o evento do Dia do Trabalho. O primeiro ato unificado dos sindicatos tem como bandeira a “Defesa dos Direitos e por Lula Livre”.