Dia do Exército: Pujol cita dificuldades financeiras e salariais
Problemas foram citados pelo comandante da Força em solenidade nesta quarta-feira (17/04/19)
atualizado
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Em ordem do dia alusiva ao Dia do Exército, o comandante da Força, general Edson Pujol, cita as dificuldades orçamentárias, salariais e de meios para executar suas funções e responde aos que tentam atacar a instituição.
“Àqueles que não percebem a relevância dessa trajetória, e que hoje tentam macular a imagem e a coesão do invencível Exército de Caxias, responderemos com mais trabalho, dedicação, transparência, gestão eficiente dos recursos públicos e com uma conduta exemplar, sempre amparada nos parâmetros legais”. O texto foi preparado para a cerimônia do Dia do Exército, da qual participou o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Recentemente, o Exército foi alvo de muitas críticas após dez militares matarem com 80 tiros, o músico Evaldo Rosa dos Santos, quando o veículo foi supostamente confundido com um automóvel que transportava criminosos. O caso está sendo investigado pela Justiça Militar.
De acordo com o texto do comandante, o Exército, “tem procurado estar alinhado aos anseios da sociedade, aos valores da nossa nacionalidade e à grandiosidade do futuro da nossa Nação”. Segundo ele, “é imprescindível olhar para trás, em reflexão ao que já foi realizado, na busca das lições aprendidas e da melhoria contínua”. Na ordem do dia, o comandante fez questão de destacar ainda a “alta credibilidade” da Força entre a população.
Ao se referir às questões orçamentárias, o comandante cita que a Força precisa manter homens e mulheres “em permanente estado de prontidão, aptos e capacitados a defender a Pátria, até mesmo com o sacrifício da própria vida”. E emendou: “a Força Terrestre, a despeito da carência de meios adequados, do descompasso salarial com outras carreiras de Estado e dos recursos orçamentários, invariavelmente abaixo das necessidades, mantém seu papel de defesa da sociedade contra as ameaças internas e externas”.
Apesar citar a defasagem salarial com outras categorias e falta de recursos para manter seu reaparelhamento, o general Pujol não fala da batalha que enfrentam no Congresso, por conta da reforma da Previdência.
O general encerra a mensagem dizendo que os brasileiros podem estar certos que “vocês, homens e mulheres que nos confiam os mais altos índices de credibilidade institucional, são a força que guia o nosso braço e a brandura que orienta a nossa mão. Brasil acima de tudo”.
Braço forte
Em todo o texto, o general Pujol faz jogo de palavras com o lema do Exército. “Braço forte, mão amiga. É assim, fundamentado nessas duas simples expressões, que o Exército Brasileiro, ao longo dos seus 371 anos de existência, tem buscado pautar suas ações para defender a nossa Nação e garantir os poderes legalmente constituídos em nossa Carta Magna, império da lei e da ordem”, observou.
O comandante fala em braço forte, quando se refere às ações da Força, e mão amiga, quando trata principalmente das missões subsidiárias. Neste caso, por exemplo, ele cita o trabalho do Exército, na Operação Acolhida de venezuelanos, em Roraima e a Operação Pipa, que “distribui emergencialmente, há quase 20 anos, água potável a mais de 4 milhões de cidadãos brasileiros, moradores de quase 900 municípios afetados pela seca, contribuindo, assim, para que o Estado brasileiro possa cumprir a função social para a qual é estabelecido”.
Mais de 400 medalhas da Ordem do Mérito Militar e do Exército serão distribuídas em todo o país. Em Brasília, entre os condecorados estão o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, da Cidadania, Osmar Terra, da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes e da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário.
O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, também será condecorado. O único ministro do Supremo Tribunal Federal a ser condecorado é Edson Fachin, relator na Lava Jato na Corte.