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Dia do Consumidor: dicas para aproveitar descontos sem cair em golpes

Especialistas elencam dicas para não colocar em risco orçamento familiar com tentação das promoções, e fugir de golpes no Dia do Consumidor

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1 de 1 Foto ilustrativa Dia do Consumidor - Metrópoles - Foto: Japatino/ Getty Images

O Dia do Consumidor, nesta quarta-feira (15/3), promete turbinar as vendas em território brasileiro. Apesar do calendário recheado de gastos no início do ano, a data é considerada uma das melhores no primeiro semestre, principalmente, para o comércio eletrônico – e também acende alertas para golpes virtuais.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a expectativa de vendas para 2023 é em torno de R$ 780 milhões, o que representa um aumento de 9%, comparado com o mesmo período, em 2022. Além disso, a associação estima o crescimento de 40% no volume de acesso aos sites de e-commerce na data.

Em meio à explosão de ofertas com condições de pagamento chamativas que pipocam na internet na data, especialistas consultados pelo Metrópoles reforçam a necessidade de atenção redobrada às transações on-line.

O período é considerado oportuno para atuação de golpistas na internet, em razão do alto fluxo de informações pessoais e de cartões que circulam na rede.

“Essa é uma época bastante propícia para a atuação de golpistas na internet, dada a constante utilização dos nossos dados pessoais e de cartões em transações on-line, que, apesar de garantirem inegável comodidade e praticidade, demandam cuidados”, alerta a advogada Ana Francisca de Martino Carvalho.

Somente no ano passado, as fraudes no comércio eletrônico brasileiro totalizaram quase R$ 6 bilhões em perdas, segundo pesquisa da ClearSale, empresa especializada em soluções de prevenção e gerenciamento de risco.

Veja as dicas:

  • Pesquise sobre os produtos e preços

Antes de ceder à qualquer oferta, lembre-se de avaliar se a compra é realmente necessária. Caso positivo, pesquise sobre o produto em diversos sites e em lojas físicas, para ter referências sobre as faixas de preço.

O ideal é se munir de informações e ofertas semelhantes para de fugir de possíveis “promoções milagrosas”, que costumam ser sinônimos de fraudes.

  • Wi-Fi privado

A advogada Ana Francisca de Martino Carvalho recomenda ainda que o consumidor evite utilizar redes de Wi-Fi públicas ou redes compartilhadas para compras, e fuja de links com direcionamento para compra. “É sempre mais seguro digitar o endereço do site diretamente no seu navegador (pelo celular, ou computador)”, orienta.

A criação de “senhas fortes”, com caracteres especiais, números e letras maiúsculas também é recomendado. A especialista também indica que o cidadão evite usar a mesma sequência em diferentes plataformas.

  • Verifique a reputação dos fornecedores

Outro ponto fundamental é verificar se os fornecedores têm uma boa reputação, são bem avaliados, têm um site confiável – caso seja compra on-line – e oferecem um bom atendimento.

Pesquise sobre a credibilidade da empresa em sites especializados e confira se há eventuais reclamações sobre falhas na entrega, na qualidade dos produtos ou em outros serviços.

  • Domínio e selos de segurança

O advogado João Pedro Leite Barros, membro da Comissão Especial de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), alerta os pontos que o consumidor deve se atentar ao abrir o site para efetuar a compra.

Lembre-se de prestar atenção às informações do site: como endereço físico e CNPJ. Analise se estão disponíveis o número de telefone, e-mail ou chat on-line para esclarecimento de dúvidas. É conveniente, inclusive, buscar por selos de segurança.

Também é fundamental reunir dados relevantes do produto ou serviço: informações claras sobre prazos de entrega, pagamento, despesas com fretes e taxas adicionais; fotos ou vídeos com detalhes sobre o produto ou serviço ofertados.

  • Atenção às políticas de uso de dados das empresas

João Pedro Leite Barros frisa que o universo digital  permitiu que empresas obtenham e processem inúmeros dados e informações sobre interesses e comportamentos dos cidadãos, seja através do próprio tráfego de dados de provedores e serviços pela internet, seja pela captação indevida.

“Se, por um lado, os dados sobre informações e interesses de comportamento dos cidadãos são de grande importância comercial para os fornecedores, por outro, caso obtidos de forma ilícita ou temerária, representarão riscos substanciais à privacidade”.

Dados de cartão e pessoais são tratados no direito como bens transacionáveis com valor econômico, irregularmente comercializados por alguns fornecedores. Portanto, esteja sempre atento.

“Nas compras realizadas pela internet, antes mesmo da coleta desses dados, o website deve informar de que maneira serão processados, a natureza optativa ou obrigatória da prestação deles e quais as consequências caso o consumidor não os forneça. Aliás, é interessante mencionar que o titular dos dados, o consumidor, tem o direito de dispor deles e controlá-los a qualquer tempo”, completa o advogado.

Comprei um produto que nunca chegou, e agora?

Diante de fraudes em compras on-line, os especialistas recomendam seguir o passo a passo:

  • Tente contato com a empresa que você fez a compra, e anote sempre o número de protocolo de ligação. Inexistindo ou se negado pelo fornecedor, registre o nome do atendente, horário e dia da ligação.
  • Guarde todas as conversas e documentos que estabelecer com o fornecedor, seja por e-mail ou chat on-line.

O diálogo sempre é o primeiro passo para a resolução de um problema. Por isso, a sugestão é que o consumidor tente resolver junto à empresa, relatando o ocorrido.

Caso não tenha sucesso, o cidadão deve registrar uma reclamação na plataforma consumidor.gov.br, ou procurar o Procon, presencialmente, ou pelo site – com a documentação pertinente – para abrir um procedimento de reclamação.

Furos no orçamento

O educador financeiro Fernando Rodrigues reforça o alerta também para as tentações de consumo, especialmente, para quem não tinha se programado para gastar uma grana a mais. Segundo o economista, o primeiro passo é tomar decisões de acordo com o próprio cenário financeiro – descontrolado, ou seja, com dívidas – ou controlado financeiramente.

“Datas como essa são muito perigosas ao consumo, pois as empresas são muito agressivas nas propagandas em todos os canais possíveis. É fundamental redobrar a atenção nesse período, e não comprar sem planejamento. Estamos em uma crise, a inflação está alta e a taxa de juros também”, alerta o especialista.

Entre as orientações, Rodrigues recomenda priorizar os itens de necessidade. Também é fundamental separar e preservar o dinheiro necessário para as despesas obrigatórias – contas de luz, água e telefone. “Jamais prejudique a sua sobrevivência por itens de desejo”, reforça.

  • Priorize compras à vista

Outra indicação do profissional é comprar à vista e pedir descontos. No contexto atual, compras no cartão de crédito parceladas a médio e longo prazo podem representar dores de cabeça ainda mais longas.

“O diálogo sobre dinheiro em casa também a base de uma vida financeira mais saudável. Lembre-se sempre de fazer compras conscientes – se possível, faça uma lista. Converse com a família, para que todos contribuam para evitar qualquer desperdício”, reitera o economista.

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