metropoles.com

Dia das Mães tem a maior inflação em 20 anos

Alta foi puxada principalmente por passagens aéreas e bens duráveis, que costumam aparecer na lista de presentes para as mães

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RgStudio/Getty Images
Presentes para Dia das Mães
1 de 1 Presentes para Dia das Mães - Foto: RgStudio/Getty Images

A inflação do Dia das Mães de 2022 é a mais cara em 20 anos, segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira (5/5) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). A pesquisa analisou os 31 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) mais procurados para a data e apontou uma discrepância entre os preços.

Em 2003, o reajuste foi de 10,83%. Já nos últimos 12 meses o aumento médio foi de 9,07%, ligeiramente abaixo da inflação acumulada no período, de 10,37%.

A pesquisa também mostrou que os serviços foram os protagonistas dessa alta, com crescimento de 13,79%. A disparada da inflação foi puxada principalmente pelas passagens aéreas, que tiveram um avanço de 72,83%. O aumento foi um efeito direto da guerra na Ucrânia, conflito que impactou o preço do petróleo e, como resultado, o valor do querosene utilizado em aviões (QAV) subiu.

De 1º de janeiro a 1º de maio, a alta do QAV chegou a 48,7%, segundo dados da Petrobras compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Somente no ano passado, o preço do item acumulou aumento de 92%.

Também na cesta de serviços, restaurantes (8,13%), hotéis (5,72%), excursões e tours (4,54%) e salões de beleza (4,19%) sofreram aumentos, mas abaixo da inflação geral. Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), defende que manter os preços sob controle é um desafio que o setor vem enfrentando, mas se traduzirá em um consumo maior. “É um esforço para manter o consumidor presente e não vai ser diferente no Dia das Mães. Esperamos um faturamento 30% maior”, diz.

As atrações culturais, assim como no ano passado, seguem com preços perto da estabilidade em relação ao ano passado: shows (0,12%), cinemas (1,33%) e teatros (1,42%) tiveram alterações abaixo do esperado na volta dos eventos.

9 imagens
Em outras palavras, se há  aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
1 de 9

Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images
2 de 9

Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

Olga Shumytskaya/ Getty Images
3 de 9

Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

Javier Ghersi/ Getty Images
4 de 9

No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

boonchai wedmakawand/ Getty Images
5 de 9

De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

Eoneren/ Getty Images
6 de 9

No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

selimaksan/ Getty Images
7 de 9

No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

Adam Gault/ Getty Images
8 de 9

Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

Javier Zayas Photography/ Getty Images
9 de 9

Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido

coldsnowstormv/ Getty Images

O pesquisador e economista do FGV IBRE Matheus Peçanha avalia que a retomada pós-pandemia tem um papel importante nessa dinâmica. “O setor turístico apresentou um incremento na demanda que estava reprimida desde a pandemia da Covid-19, e os preços estão refletindo isso. No caso dos restaurantes, ainda há o agravante do custo dos alimentos, que tem sido o foco da inflação recente”, explicou.

Segundo o relatório, no entanto, os consumidores sentirão as maiores altas exatamente entre os produtos mais procurados para o Dia das Mães. A cesta de 22 bens duráveis e semiduráveis teve um crescimento médio de 4,25%. O aumento foi resultado de uma alta nos preços dos insumos nacionais, energia elétrica, elevada variação cambial do dólar, entre outros, desde o segundo semestre de 2021.

As maiores altas vieram principalmente dos eletrodomésticos e do setor têxtil: cama, mesa e banho (11,04%), geladeira e freezer (8,73%), máquina de lavar roupas (7,5%), micro-ondas (6,75%) e roupas femininas (6,62%).

Na parte inferior da lista, os menores aumentos foram registrados em perfumes (0,15%), computadores e periféricos (0,34%), celulares (0,65%), artigos de maquiagem (0,92%) e fogões (1,97%).

“Pelo lado dos presentes, a tônica parece ser a inércia”, avalia Peçanha, “após um período difícil para o custo da indústria de bens duráveis com as commodities metálicas acumulando sucessivos aumentos em 2020 e 2021, a matéria-prima alcançou um patamar de estabilidade, mas nem isso e nem os benefícios tarifários proporcionados pelo governo parecem surtir efeito para segurar a ainda persistente (apesar de mais fraca) volatilidade nos preços ao consumidor final”, destacou o economista do FGV IBRE.

Veja a lista completa:

 

Inflação escala no Brasil

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA), considerado uma prévia da inflação oficial do país, teve alta de 1,73% em abril, ante 0,95% registrado em março. Essa foi a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior variação para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,60%.

Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (4/5), por unanimidade, elevar a taxa Selic de 11,75% para 12,75% ao ano – alta de um ponto percentual. Para o colegiado, a Selic, que funciona como um “remédio” para conter a inflação “reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?