Dia das Mães será de menos vendas para o comércio e presentes modestos
Produtos mais caros, como eletrônicos, estão em baixa nas vendas. Em época de inflação alta, a dica é realmente gastar menos
atualizado
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Com a inflação em alta, a maioria das mães deve receber um presente mais modesto em 2022. É o que aponta levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As vendas do comércio no Dia das Mães de 2022 devem atingir R$ 14,42 bilhões, valor 1,8% menor que o registrado em 2021. A pesquisa concluiu que a data neste ano deve ser mais fraca para o varejo. No entanto, o resultado ainda é melhor do que o de 2020, quando foram contabilizados R$ 8,82 bilhões na área, durante o auge da pandemia.
Como sempre, o ramo de vestuário, calçados e acessórios responderá pela maior parte do comércio, e deve alcançar faturamento de R$ 6,69 bilhões. Isso significa uma alta de 1,4% em relação a 2021. Essa estimativa é feita com base na expectativa de compra de presentes mais baratos. Tanto que a fatia mais cara de produtos, que inclui utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 2,33 bilhões) e móveis e eletrodomésticos (R$ 2,29 bilhões) caíram. Em relação ao ano passado, os tombos foram de -9,3% e -9,5%, respectivamente.
Segundo William Baghdassarian, o comércio ainda sente os efeitos da pandemia e da má situação macroeconômica causada pela guerra na Ucrânia, mas destaca que todo tipo de crise passa em algum momento.
De acordo com ele, o melhor é realmente poupar em um período tão difícil da economia mundial. “Basicamente é comprar um presente que seja adequado ao seu orçamento. Não adianta dar um presente bom e ficar devendo o ano inteiro” , diz.
Essa é a prática para a estudante Nathalia Leal. O aumento dos preços no comércio a fez mudar a forma de comprar. “Agora estou preferindo investir em presentes personalizados e artesanais, de preferência de pequenos negócios virtuais e locais”, conta ela.
A jovem de 22 anos explica que comprar em shoppings e lojas de rua não vale mais a pena, pois tudo está mais caro. “Os presentes que eu comprava para ela aumentaram mais ainda este ano. Tudo está muito mais caro e inacessível”, desabafa.
Os comerciantes concordam. Para Pricila Luisa Silva, empresária de 39 anos que administra uma loja de roupas com confecção própria, as expectativas para as vendas no Dia das Mães neste ano estão altas. “Acho que será bem melhor do que o ano passado”, afirma.
“Quero que os lucros sejam maiores, porém, vejo que as pessoas estão em busca de coisas mais baratas, como as coisas subiram muito tanto para comprar quanto para vender, elas ainda estão se acostumando com os novos preços”, explica a dona da EstiloPri, em Brasília.
Preços altos
Na comparação com 2021, pela primeira vez nenhum dos 26 itens que integram a bolsa de bens e serviços analisados deve demonstrar queda de preços. A variação média desses itens alcançou um aumento de 10,6% desde 2013, o que, segundo a pesquisa da CNC, é indício da alta inflação.
Entre os itens, destacam-se as alterações nos valores dos eletrodomésticos, como fogões (+24,9%) e refrigeradores (+27,8%). Objetos de mobiliário também tendem a apresentar variação expressiva (+19,4%), o que deverá desestimular a busca por esses produtos, especialmente, levando-se em conta a tendência recente de elevação do custo do crédito.