Dia da Mulher: ações de prefeitas são destaques em iniciativa de ONG
De políticas públicas de produção sustentável de energia a valorização da saúde mental, projetos de prefeitas recebem destaque de ONG
atualizado
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Dos 5.497 cargos de prefeitos no Brasil, apenas 663 são ocupados por mulheres. Diante da baixa representatividade feminina no Executivo municipal, o Instituto Alziras, organização sem fins lucrativos que busca ampliar e fortalecer a participação feminina na política nacional, tem uma iniciativa dedicada ao mapeamento de bons projetos feitos por prefeitas.
Pensando no Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8/3), o Metrópoles separou três iniciativas que englobam políticas públicas de produção sustentável de energia, valorização da saúde mental da população e revitalização da infraestrutura e da cultura local.
O Instituto Alziras, reconhece o trabalho das prefeitas por meio da Rede GPúblicas, plataforma pluripartidária focada na formação, articulação e cooperação feminina na política e na gestão pública.
Segundo mapeamento da própria organização sem fins lucrativos, grande parte das prefeitas se queixam de terem o trabalho “desmerecido”, bem como a falta de espaço na mídia em comparação a políticos homens.
Para Cíntia Melchiori, codiretora e cofundadora do Instituto Alziras, a importância da Rede GPúblicas é “mostrar como as mulheres são protagonistas de soluções para os problemas públicos”. Ela destaca que é necessário dar essa visibilidade ao trabalho delas “como uma forma de inspirar e promover uma troca de experiência entre as próprias gestoras”.
Os projetos das prefeitas
- Palmas (TO)
Única mulher eleita para a gestão municipal nas capitais em 2020, Cinthia Ribeiro (PSDB-TO) comanda Palmas desde 2018. Sob a gestão da prefeita, o município passou a se tornar referência quando o assunto é geração de energia solar.
Por meio do Programa Palmas Solar, a gestão oferece descontos de até 80% no IPTU e no ITBI. O objetivo é mitigar a emissão de gases de efeito estufa e impulsionar a participação da energia solar na matriz energética do município.
Apenas em 2021, o impacto ambiental do programa foi equivalente ao plantio de 140 mil árvores, com 13,5 mil quilowatts de produção de energia solar.
Palmas apresentou o crescimento de mais de 150% da capacidade de geração de painéis solares instalados nos telhados residenciais, entre 2018 e 2021. Esse percentual representa a redução de 90% na emissão de CO2.
Além disso, a prefeita Cinthia instituiu as seguintes medidas: linha de ônibus exclusiva para mulheres e a instalação de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi).
- Abaetetuba (PA)
Com foco na saúde mental dos habitantes pós-pandemia da Covid-19, os projetos da prefeita de Abaetetuba, Francineti Carvalho (MDB-PA) também foram reconhecidos pelo Instituto Alziras pela iniciativa social.
Dentro desse projeto, vale destacar o CAPS Fluvial: uma parceria com a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial para levar atendimento psicológico à população ribeirinha.
Em uma rota por todas as 21 ilhas do município, são realizados cerca de 30 a 40 atendimentos em cada viagem. Desde o início do projeto, em setembro de 2023, ocorreram cerca de 180 a 240 atendimentos.
- Juiz de Fora (MG)
A gestão de Margarida Salomão (PT-MG) em Juiz de Fora foi responsável por implementar um projeto de revitalização da infraestrutura e da cultura local, o programa Boniteza focou na zeladoria dos espaços públicos do município com ajuda da própria população.
Em 2023, a prefeitura inaugurou o maior macro mural do Brasil no bairro Esplanada — primeiro painel artístico de casas de Juiz de Fora. Além de revitalizar o escadão, o projeto “Colorindo o Habitar” tinha como objetivo impulsionar a economia e o turismo na região.
A participação dos habitantes passou por todos os processos: desde a concepção da arte até a pintura das obras. Além disso, houve uma votação para a escolha dos becos e vielas ao redor do escadão.