Estados suspendem vacinação de grávidas após orientação da Anvisa
No Distrito Federal, imunização e agendamento foram interrompidos após Anvisa recomendar suspensão
atualizado
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São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília – Os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro suspenderam, na manhã desta terça-feira (11/5), a vacinação de grávidas contra a Covid-19. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde decidiu também interromper a imunização, conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A pasta diz que vai aguardar as recomendações técnicas do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. No caso da capital paulista, a vacinação das gestantes que têm comorbidades começaria nesta terça-feira (11/5).
A decisão foi baseada na recomendação da Anvisa, emitida na noite de segunda-feira (10/5). Em nota, o órgão diz que a aplicação do imunizante AstraZeneca/Fiocruz nesse grupo deveria ser imediatamente suspensa. A agência afirmou que a orientação é para que a bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo PNI.
“A orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país”, diz trecho da nota.
Com a recomendação da Anvisa, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que não há doses suficientes de Coronavac e Pfizer disponíveis para manter a imunização desse grupo.
Contudo, o secretário informou que a vacinação das puérperas com comorbidades seguirá normalmente.
Em nota à imprensa, a secretaria paulista afirmou que “a suspensão será mantida até que ocorra uma nova orientação por meio do Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde”.
“Novas orientações serão comunicadas após pareceres técnicos do PNI do Ministério da Saúde e da Anvisa”, confirmou nota da Secretaria de Saúde de São Paulo.
Há, até agora, 15 estados tiveram alteração na vacinação. Confira:
- Acre
- Goiás
- Mato Grosso
- Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais
- Paraíba
- Paraná
- Pernambuco
- Rio de Janeiro
- Rio Grande do Norte
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
- Sergipe
- São Paulo
- Tocantins
Saiba como as vacinas contra Covid-19 atuam:
No Rio, onde uma grávida desenvolveu trombose após ter recebido uma dose da AstraZeneca, a medida de suspender a imunização também foi tomada. A interrupção do serviço para gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz até 45 dias após o parto) foi confirmada pelo governo do estado, que, questionado, ainda não informou detalhes da situação nos 92 municípios fluminenses.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nenhuma gestante deve ser vacinada no estado até que o Ministério da Saúde se manifeste e oriente o serviço para esse público.
“Até que a investigação do caso de evento adverso em gestante seja finalizada pelo Ministério da Saúde e o Programa Nacional de Imunizações se pronuncie, por precaução, a SMS suspende a vacinação de gestantes e puérperas no Município do Rio”, diz o texto.
Ainda na nota, a SMS garante que “desde o início, gestantes com comorbidades só eram vacinadas após apresentar laudo de seus médicos com a indicação para a vacinação e a assinatura de termo de consentimento com as orientações sobre risco-benefício”.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio também informou ter sido notificada pela SMS e pelo Ministério da Saúde, além da própria Anvisa.
“A SES recomenda que a vacinação das gestantes seja suspensa nesta terça-feira, dia 11, no estado do Rio de Janeiro, até que o Programa Nacional de Imunizações divulgue novas recomendações para esse grupo”, afirma a pasta em nota.
Caso de trombose
Após o Metrópoles ter noticiado o caso de uma gestante no Rio de Janeiro ter desenvolvido trombose dias após tomar o imunizante contra Covid-19 da Oxford/AstraZeneca, o Ministério da Saúde informou que estuda mudar a recomendação da vacina para o grupo de mulheres grávidas.
Uma gestante teria morrido no estado do Rio, mas a informação ainda não foi confirmada nem pelo Ministério da Saúde nem pelo estado. De acordo com a pasta, a área técnica reavalia, agora, se a vacina deve continuar a ser aplicada em gestantes sem comorbidades.
Coágulos
A formação de coágulos sanguíneos foi incluída na bula da vacina AstraZeneca/Oxford como um dos possíveis efeitos colaterais do medicamento. Isso depois de casos de coágulos pós-vacina terem sido relatados às agências de saúde internacionais.
Eventos assim, no entanto, são considerados muito raros, quando comparados ao total de pessoas vacinadas com o imunizante.
Segundo as autoridades de saúde, os benefícios da imunização contra a Covid-19 – doença que já tirou a vida de 3.294.694 pessoas em todo o mundo no último ano, de acordo com a Universidade Johns Hopkins – são superiores aos riscos, por isso a vacinação é recomendada.