DF: Ministério da Justiça oficia PF para acompanhar caso da bomba
O atual ministro, Anderson Torres, pediu para que PF “adote as medidas necessárias” com relação ao artefato encontrado na área do aeroporto
atualizado
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O atual ministro da Justiça, Anderson Torres, solicitou que a Polícia Federal acompanhe as investigações sobre o artefato explosivo encontrado nas proximidades do Aeroporto de Brasília, neste sábado (24/12).
Até o momento, a Polícia Civil do DF é a responsável pela investigação. Ainda na noite de sábado, a corporação prendeu um suspeito identificado como George Washington Oliveira Sousa, ele teria deixado a bomba no local e tentando acioná-la. Bolsonarista radical, George veio do Pará para participar do acampamento no QG do Exército.
Torres se pronunciou na tarde deste domingo de Natal (25/12). Por meio de suas redes sociais, o ministro da Justiça pediu que a PF adote “as medidas necessárias” quanto ao artefato e que, após conclusões oficiais, as responsabilizações sejam feitas.
Veja tuíte:
O @JusticaGovBR oficiou a @policiafederal para acompanhar a investigação e, no âmbito de sua competência, adotar as medidas necessárias quanto ao artefato encontrado ontem (24) em Brasília. Importante aguardarmos as conclusões oficiais, para as devidas responsabilizações.
— Anderson Torres (@andersongtorres) December 25, 2022
Terrorismo
Mais cedo, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que pretende propor à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que constituam grupos especiais para o “combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável”.
Neste domingo (25/12), Dino também usou as redes sociais para dizer que está tomando providências contra tentativa de atentado com bomba, nas proximidades do Aeroporto de Brasília.
Em um primeiro tuíte, o futuro ministro da Justiça ressaltou que “os graves acontecimentos em Brasília comprovam que os tais acampamentos “patriotas” viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”.
Em seguida, Flávio Dino ressaltou que “O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas”. Veja post:
Irei propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável. O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) December 25, 2022
As reações do futuro ministro da Justiça são motivadas pela descoberta de um atentado terrorista organizado por um dos integrantes do movimento bolsonarista, que tentou explodir um caminhão nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília.
Dino referiu-se ao suspeito, preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), como um “terrorista” e mirou as pessoas que seguem acampadas em protesto à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano.
O próximo titular da Justiça elogiou a atuação da Polícia Civil e acrescentou que tem mobilizado autoridades de segurança pública para ficarem atentos ao caso. “O delegado Andrei (Rodrigues), futuro diretor-geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição. Não há pacto político possível nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores.”
Bomba e prisão
Na noite de sábado (24/12), a PCDF prendeu o suspeito de armar uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília. O caso havia ocorrido pela manhã, e o homem acabou detido horas depois por agentes da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
A ocorrência é investigada pela 1ª DP (Asa Sul). O criminoso confessou que estava planejando um atentado para o dia da posse de Lula. Com ele, foram apreendidos seis explosivos e armas.
O suspeito mora no Pará. Em um endereço alugado no Sudoeste, bairro nobre do DF, outros explosivos foram encontrados.
O artefato explosivo estava em um caminhão-tanque e mobilizou equipes da Polícia Militar do DF (PMDF) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), que atuaram com o apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil (PCDF).
Localizado em via pública, perto de uma concessionária de veículos, o objeto foi desativado pelo esquadrão antibomba da PMDF por volta das 13h20. Devido à operação deflagrada pelos militares, uma das pistas precisou ser interditada.
O dispositivo, colocado em um caminhão-tanque que entraria no aeroporto, tinha um acionador envolvido por fios, que, se ligado, poderia ter causado uma explosão.
A perícia da Polícia Civil identificou que houve tentativa de explodir o artefato, mas sem sucesso. A ideia seria fazer um primeiro atentado antes de um novo ataque no dia da posse. De acordo com o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, se ativado, o equipamento teria provocado uma tragédia.