“Devemos ouvir generais GDias, Dutra e Heleno”, diz relatora da CPI do 8/1
A relatora Eliziane Gama ressaltou que a CPI do 8/1 precisa ouvir os generais para esclarecer quem são os financiadores e autores dos atos
atualizado
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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Eliziane Gama (Cidadania), revelou que a comissão deve, sim, convidar os generais Gonçalves Dias (conhecido como GDias, na foto principal), Gustavo Henrique Dutra de Menezes e Augusto Heleno. Ela confirmou à imprensa que GDias, inclusive, teve sua convocação aprovada.
“Nós vamos avançar (contra os militares suspeitos/acusados), sim. Coloquei isso no meu plano de trabalho que na verdade precisaríamos ouvi-los, entre eles o GDias, que já está aprovado (para convocação) o Dutra, o Heleno… Quero deixar claro não tivemos um golpe porque temos instituições muito fortes no Brasil”, apontou a relatora em entrevista à CNN.
Eliziane Gama também revelou que a CPMI do 8/1 busca, agora, quem são os autores intelectuais e financeiros do evento que acarretou em um quebra-quebra geral nos prédios dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios.
“Estamos em busca de quem foram os financiadores e aqueles que planejaram o golpe, a autoria intelectual. São as perguntas que deveremos estar respondendo a partir dos indiciamentos”, afirmou.
A senadora elogiou as Forças Armadas, mas analisou a importância de investigar a instituição. “Havia dentro dessas instituições pessoas que tiveram contribuição na tentativa de emplacar um golpe no Brasil. Entre eles, obviamente, alguns militares, que precisamos responsabilizar”, ressaltou Gama.
Caso seja convidado, o general terá de explicar sobre sua presença no Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas e a adulteração de um relatório de inteligência enviado ao Congresso Nacional. O documento demonstra que ele foi alertado sobre os riscos de invasão aos prédios públicos na data em questão.
Quem são os generais
Os generais Gonçalves Dias, Gustavo Henrique Dutra de Menezes e Augusto Heleno têm o comportamento considerado suspeito por conta de possível envolvimento nos atentados contra a democracia, ocorridos em 8 de janeiro deste ano.
O general Gonçalves Dias estava responsável por chefiar o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), na ocasião que resultou na invasão do Palácio do Planalto. O general Dutra era o responsável por chefiar o Comando Militar do Planalto (CMP) durante os atos golpistas. O general Heleno era o ministro-chefe do GSI durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.