“Deu o tiro para pegar em mim”, diz sobrevivente de ataque em Aracruz
Professor de filosofia disse que ficou cara a cara com atirador que matou quatro pessoas em escolas do Espírito Santo
atualizado
Compartilhar notícia
O professor de filosofia Luiz Carlos Simoura foi sobrevivente do ataque a tiros a colégios em Aracruz, no Espírito Santo, na sexta-feira (14/11). Ele estava na sala de professores do Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).
Luiz falou com a reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibido no domingo (27/11). Ele voltou até a sala em que começou o ataque e viu um buraco de bala na parede.
“Ele deu aquele tiro para pegar em mim”, contou o professor, fazendo referência à marca de tiro na parede da sala dos professores. O docente relatou que ficou frente a frente com o atirador.
Quatro pessoas morreram, sendo uma estudante de 13 anos e três professores. Outras sete pessoas estão feridas.
Professora baleada
A professora Bárbara, de Química, também falou com a reportagem da Globo. Ela foi baleada pelo atirador, mas sobreviveu. “Eu levei dois tiros no braço”, contou a professora.
Bárbara estava no momento em que a professora Flávia Amboss foi atingida por disparos. Flávia foi a quarta vítima do ataque. Ela chegou a ser socorrida e levada para o hospital, mas não resistiu.
“A Flavia estava na minha frente. Ao invés dos tiros pegarem em mim, os tiros pegaram nela”, relatou Bárbara.
Outra vítima foi a professora Maria da Penha. A pedagoga Marlene Madeira se emocionou ao lembrar da colega, que tinha um projeto sobre poesias na escola.
Investigação
O atirador é um adolescente de 16 anos que foi apreendido e vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e 10 tentativas de homicídio.
Ele é filho de militar e usou duas armas do pai para cometer o crime. No momento do ataque, o atirador ainda utilizou um uniforme de estilo militar e uma suástica nazista costurada no braço.