Detento é baleado em tentativa de fuga do presídio de Alcaçuz, no RN
De acordo com a Secretaria de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc), ele foi socorrido. Outros presos desistiram da fuga
atualizado
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Um detento foi baleado na madrugada desta segunda-feira (23/1) durante uma tentativa de fuga na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal (RN). A Secretaria de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) confirmou o incidente e informou que o preso foi socorrido. Após agentes alvejarem o homem, outros internos recuaram. As informações são do G1.
Desde o último dia 14, quando começou a rebelião que resultou na morte de 26 detentos e dura até esta segunda-feira, há um clima de tensão na penitenciária. Isso porque a matança é marcada pela disputa entre duas facções, o PCC e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte.
De um lado, integrantes do PCC ocupam a área dos pavilhões 4 e 5, enquanto os detentos do Sindicato estão localizados nos pavilhões 1, 2 e 3. Antes do início dos conflitos, a penitenciária tinha 1.150 presos. Já no presídio Rogério Coutinho Madruga, que é o pavilhão 5, estavam outros 350.Na manhã desta segunda-feira, a Força Nacional achou um túnel na área externa do presídio, perto do pavilhão 5. O canal facilitaria a fuga de detentos. Este é o terceiro túnel encontrado em menos de dois dias no local.
A rebelião em Alcaçuz chegou ao nono dia consecutivo. Na quinta-feira (19), houve novo enfrentamento em Alcaçuz, o que resultou em presos feridos. A Polícia Militar confirmou que há novos mortos dentro da unidade, mas não informou a quantidade.
Matança
No fim de semana, a disputa entre as facções ganhou mais um episódio de horror. Circulam na internet imagens de detentos do Sindicato do Crime do RN supostamente fazendo um churrasco supostamente de carne humana, em uma fogueira de Alcaçuz.
No vídeo, publicado na sexta-feira (20/1), os presos ironizam: “Aqui é churrasco de PCC”, diz um deles. “É churrasco na chapa”, acrescenta outro detento. Os homens que aparecem nas imagens portam armas brancas, como facões.
Tensão
As famílias dos detentos se dividem na porta da unidade, trocam acusações e até agressões. Mulheres e crianças lidam com condições insalubres no exterior do presídio, mas não tiram os pés da areia no local.