Desoneração: Pacheco reitera que não aceitará proposta da Fazenda
Presidente do Congresso diz que discorda de proposta que cria trava com alta de 1% da CSLL, caso medidas compensatórias não sejam alcançadas
atualizado
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O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi taxativamente contra a proposta do Ministério da Fazenda para compensar a desoneração da folha de 17 setores da economia e de municípios, caso o pacote de medidas construído pelo Senado não sejam suficientes, nesta sexta-feira (12/7) em uma fala no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da Abraji, em São Paulo.
“Para fazer frente a compensação, me parece muito mais um descontentamento em relação ao instituto da desoneração do que propriamente a apresentação de uma solução em si. Vamos sentar à mesa e conversar de forma madura, de forma politicamente adequada, entre nós, e sem buscar sabotar o projeto de um Poder em detrimento de outro”, declarou Pacheco.
“Não é esse o caminho. Não é possível que essas oito medidas apresentadas pelo Senado não tenham proveito necessário para fazer frente a compensação da desoneração da folha de pagamento”, completou.
Em tom crítico ao Executivo, Pacheco disse que o debate da desoneração virou uma “novela prolonga” e “desnecessária”.
“Uma novela desnecessariamente prolongada, desde quando o Executivo não aceitou a decisão do Congresso e editou uma medida provisória [MP]. Já ajustamos e há um acordo com o Executivo. Não há porque o governo federal, a Fazenda e o Congresso estabelecerem qualquer tipo de conflito com relação a isso porque já está definido. Agora precisamos encontrar uma fonte de compensação porque o governo, ao não aceitar a decisão do Congresso, acionou e o Supremo Tribunal Federal exigiu”, disse.
A proposta do time do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seria criar um gatilho de aumento em um ponto percentual para as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Isso no caso de as diferentes medidas estabelecidas pelos senadores não atingirem o valor da compensação da folha, orçada em cerca de R$ 17 bilhões a 18 bilhões.
A resistência de Pacheco e de líderes partidários à proposta da Fazenda se dá pelo fato de haver possibilidade de aumento da carga tributária. Líderes da base e da oposição são contra qualquer medida que dê indicativos nessa direção.
Em contrapartida a não aceitar a proposta da Fazenda, as lideranças se comprometem a arcar com o ônus de procurar mais medidas que compensem a desoneração da folha, se só o pacote que for aprovado não for suficiente.
Pacote de medidas defendido por Pacheco
Na terça (9/7), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu medidas propostas para a compensação, que incluem os seguintes pontos:
- Repatriação de recursos internacionais;
- Regularização de ativos nacionais;
- Atualização de pessoas ativas e jurídicas;
- Regularização nas agências reguladoras das multas em um ‘Desenrola’ de multas;
- Regulamentação de apostas esportivas e a taxação das compras internacionais.