metropoles.com

Desoneração: Congresso se opõe a possíveis “alternativas” do governo

Na quinta, presidente Lula vetou a prorrogação da desoneração na folha de pagamento das empresas de 17 setores econômicos do país, até 2027

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Imagem colorida do plenário da Câmara dos Deputados do Brasil (Congresso Nacional) - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do plenário da Câmara dos Deputados do Brasil (Congresso Nacional) - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Deputados da oposição e do Centrão se opõem à proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para que “aguardem medidas alternativas” a fim de compensar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto da desoneração da folha de pagamentos.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da matéria no Senado, disse desacreditar que qualquer projeto apresentado pelo governo federal possa suprir os efeitos da desoneração. De acordo com o parlamentar, a expectativa é analisar o veto no Congresso antes do recesso legislativo, que começa em 23 de dezembro.

“Não inventamos lei nova, só a prorrogação. Essa lei vem de 2011. É uma incongruência por parte do discurso de Haddad. O Congresso atual não inventou a desoneração de folha. Então, temos que trabalhar para derrubar. Não acredito que venha nada que possa suprir essa lacuna com a queda da desoneração. A ideia é votar antes do recesso”, afirmou o parlamentar ao Metrópoles.

3 imagens
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Lula e Haddad
1 de 3

Senador Ângelo Coronel é relator do Orçamento e cobra que todos os Poderes sigam regras definidas pelo STF sobre transparência em emendas.

Ana Luiza de Sousa/Divulgação
2 de 3

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 3

Lula e Haddad

Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

Na quinta-feira (23/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou a prorrogação da desoneração na folha de pagamento das empresas de 17 setores econômicos do país, até 2027. O veto foi recomendado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão vinculado à pasta de Haddad, e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que alegaram inconstitucionalidade da proposta.

Na manhã desta sexta-feira (24/11), Fernando Haddad afirmou que enviará alternativas ao Congresso e disse esperar que os parlamentares escutem o governo antes de tomar qualquer decisão.

Haddad ainda afirmou que, durante a tramitação do projeto no Congresso, “a coisa transcorreu sem que houvesse uma interação maior do Ministério da Fazenda e da área econômica com os setores envolvidos” e espera um maior diálogo agora.

Deputados criticam governo

Procurado pelo Metrópoles, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), afirmou que o governo tem “trabalhado contra a economia”.

“Diante da urgência e da importância da desoneração da folha de pagamento para impulsionar a economia e preservar empregos, não podemos esperar a ação do governo. Vamos proteger quem emprega nesse país”, defendeu o deputado.

O deputado Domingos Sávio (PL-MG), presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços (FCS), afirmou que não há prazo para tramitar outro projeto de lei com alterações na desoneração da folha. Ele ressaltou que a expectativa é sancionar o texto até o fim do ano.

“Meu entendimento é que devemos derrubar imediatamente o veto. A lei precisa ser sancionada até o fim do ano, senão ela se torna ineficaz, pois, a partir de 1º de janeiro, volta automaticamente a tributação sobre a folha de pagamento. Não podemos nos deixar enganar. Não há prazo para tramitar outro projeto com modificações”, afirmou Sávio.

Base defende veto

Na contramão da oposição, a base do governo defendeu o veto. A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, afirmou que opositores são “liberais só com as verbas do Executivo”.

“Quando se trata do imposto que devem pagar, esse liberalismo acaba. Lula e Haddad fizeram bem em não prorrogar um benefício que custa R$ 25 bilhões e sem qualquer comprovação de que gerou empregos”, escreveu em uma rede social.

Entenda a desoneração

O texto aprovado pelo Congresso mantém a redução nas alíquotas pagas por empresas de 17 setores. No padrão atual, essas empresas pagam 20% na contribuição previdenciária, como é conhecida a folha de salários — com a regra diferenciada, pagariam de 1% a 4,5% incidido na receita bruta.

Essa medida começou a ser implementada no primeiro governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, para estimular a geração de empregos, e teve sucessivas prorrogações desde então.

A desoneração em vigor, prevista na Lei nº 12.546/11 e aplicada a 17 setores da economia, tem validade até 31 de dezembro de 2023. O projeto vetado pelo presidente da República prorrogava a desoneração por mais quatro anos, ou seja, até o fim de 2027.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?