Desmatamento no Cerrado tem alta de 60,5% em setembro
Cerrado perdeu 83 mil hectares de vegetação, em setembro, alta de 60,5% em comparação com o mesmo período de 2022
atualizado
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O desmatamento no Cerrado teve alta de 60,5%, em setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), vinculado ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e foram divulgados nesta quinta-feira (19/10).
Em setembro deste ano, foram destruídos 83 mil hectares de vegetação nativa, contra 32 mil hectares registrados no mesmo período de 2022.
O desmatamento detectado em setembro de 2023 representou ainda um crescimento de 242% em relação ao índice de devastação florestal verificado no mesmo mês em 2021.
O maior índice de área desmatada foi detectado no Matopiba, fronteira agrícola composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Em setembro, a região destruiu 62,2 mil hectares de reserva nativa, aproximadamente 75% de tudo o que foi perdido no Cerrado.
A Bahia lidera o ranking de estados com o maior índice de alta no desmatamento. Foram derrubados 13,3 mil hectares, 121% a mais do que em setembro de 2022. Na sequência, aparece o Piauí, com alta de 116%, e o Tocantins, com crescimento de 81% de área desmatada.
Confira:
Entre janeiro e setembro, foram devastados 742 mil hectares de reserva nativa, uma área seis vezes maior do que a cidade do Rio de Janeiro, um aumento de 20,6% em relação aos primeiros nove meses de 2022.
Além do Matopiba, o desmatamento cresceu em Minas Gerais. O estado registrou 5,3 mil hectares derrubados em setembro deste ano, aumento de 140% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Enquanto outras regiões do Cerrado foram intensamente desmatadas no passado, a área do Matopiba vem sofrendo com um processo mais recente de ocupação. Considerada a última fronteira agrícola do Cerrado no país, é também a região que concentra as maiores taxas de desmatamento do bioma”, destaca Tarsila Andrade, pesquisadora do Ipam.