metropoles.com

Desmatamento na Amazônia cresceu 56,6% no governo Bolsonaro, diz Ipam

Estudo mostra que 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em áreas públicas. Nas terras indígenas, o desflorestamento aumentou 153%

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
desmatamento na amazônia
1 de 1 desmatamento na amazônia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018. Isto é o que mostra o levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), publicado na quarta-feira (2/2).

Para o Ipam, o avanço ficou evidente ainda no segundo semestre de 2018, na esteira das eleições presidenciais daquele ano, pleito que elegeu Jair Bolsonaro (PL) como presidente da República. Durante a atual gestão, a situação piorou, devido ao enfraquecimento de órgãos de fiscalização, à falta de punição a crimes ambientais e à significativa redução de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais.

De acordo com a pesquisa, mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal. Em termos absolutos, florestas públicas não destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km².

7 imagens
Desmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia
1 de 7

Desmatamento ilegal

Welington Pedro de Oliveira
2 de 7

Desmatamento na Amazônia

Arquivo/Agência Brasil
3 de 7

Desmatamento na Amazônia

WILSON DIAS/ AGÊNCIA BRASIL
4 de 7

Igo Estrela/Metrópoles
5 de 7

Desmatamento na Amazônia

Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images
6 de 7

Desmatamento na Amazônia

Victor Moriyama/Getty Images
7 de 7

Desmatamento na Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

Em terras indígenas, houve alta de 153%, em média, no desmatamento; o número corresponde à comparação do último triênio (1.255 km²) com o anterior (496 km²). Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 km² derrubados no último triênio contra 2.195 km² nos três anos anteriores.

“Estamos subindo degraus rápido demais, quanto à destruição da Amazônia, e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica evidente o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, diz Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e principal autora do estudo.

O estudo alerta para a revogação de “retrocessos na política ambiental” que estão em debate no Congresso, como projetos de grilagem, licenciamento ambiental e mineração em terras indígenas. Ademais, recomenda a elaboração de uma robusta estratégia regional, integrada aos planos estaduais de prevenção e controle do desmatamento.

Confira o estudo:

Relatório Amazônia em chamas by Metropoles on Scribd

Outro lado

Questionado sobre os dados do Ipam, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destacou que os resultados do Deter/INPE sobre alertas de desmatamento do último semestre – agosto a janeiro, indicam uma redução 5% em comparação com mesmo período do ano anterior.

“E no combate aos ilícitos ambientais, o governo federal atuará de forma ainda mais contundente em 2022, em ações coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional; e com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) – Ibama e ICMBio; e Ministério da Defesa, através do Censipam”, diz, em nota.

O Metrópoles também contatou o Ministério do Meio Ambiente (MMA), mas, até a publicação da reportagem, não obteve retorno.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?