metropoles.com

Desmatamento cresceu 20% em 2021 e afetou todos os biomas do país

Informações constam no Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, lançado nesta segunda-feira (18/7). Amazônia concentra 59% dos casos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela / Metrópoles
Floresta Amazônica, na Amazônia, proxima a área desmatada e queimada. Incêndio próximo a propriedades rurais.
1 de 1 Floresta Amazônica, na Amazônia, proxima a área desmatada e queimada. Incêndio próximo a propriedades rurais. - Foto: Igo Estrela / Metrópoles

Em 2021, o Brasil perdeu 16,5 mil quilômetros quadrados de cobertura de vegetação nativa. O número representa aumento de 20% em relação a 2020.

A velocidade dos eventos também sofreu aceleração: em 2021, o Brasil perdeu 189 hectares por hora. As informações constam no Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, lançado nesta segunda-feira (18/7) pela rede MapBiomas.

Segundo o estudo, os seis biomas brasileiros tiveram crescimento no índice de desmatamento. A área mais impactada foi a Amazônia, que concentrou 59% das perdas de 2021.

Foram mais de 977 mil hectares de vegetação nativa destruída no local, alta de quase 155% em relação a 2020.

Somente nesse bioma, foram desmatados 111,6 hectares por hora, ou 1,9 hectare por minuto — o equivalente a 18 árvores por segundo.

Em segundo lugar na lista aparece o Cerrado, com cerca de 500 mil hectares desmatados em 2021. O bioma concentrou 30,2% do desmatamento no Brasil no ano passado. Depois, aparecem a Caatinga (7%), a Mata Atlântica (1,8%), o Pantanal (1,7%) e o Pampa (0,1%).

O relatório também listou os estados com maior índice de desmatamento: Pará (24,3% do total), Amazonas (11,8%), Mato Grosso (11,5%), Maranhão (10,1%) e Bahia (9,2%). Juntas, as unidades federativas responderam por 67% da área desmatada no Brasil no passado.

14 imagens
De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
1 de 14

A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 14

De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

Igo Estrela/Metrópoles
3 de 14

Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
4 de 14

Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
5 de 14

O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
6 de 14

Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

Fábio Vieira/Metrópoles
7 de 14

Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

Fotos Igo Estrela/Metrópoles
8 de 14

Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
9 de 14

Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

Agência Brasil
10 de 14

No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
11 de 14

Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
12 de 14

Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
13 de 14

Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

14 de 14

Desmatamento na Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

Tendência de aumento

O crescimento dos índices de desmatamento tem sido recorrente, aponta o relatório. Segundo o MapBiomas, entre 2019 e 2021, a área desmatada alcançou 42 mil quilômetros quadrados, quase a área do estado do Rio de Janeiro.

Nos últimos anos, a indústria da agropecuária foi o principal vetor de pressão para o problema, representando 97,8% dos casos registrados.

Em seguida, aparecem outros vetores, como pressão por construção de usinas eólicas e solares (1,3%), garimpo (0,6%), expansão urbana (0,2%) e mineração (0,1%).

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?