Desmatamento cai 66% na Amazônia, mas dispara no Cerrado; entenda
Alertas de desmatamento caíram na Amazônia Legal, enquanto dispararam no Cerrado, revelam dados de julho do Inpe
atualizado
Compartilhar notícia
O monitoramento via satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela uma diminuição dos alertas de desmatamento na Amazônia e um aumento no Cerrado, segundo maior bioma do país.
Segundo dados do Deter do Inpe, divulgados nesta quinta-feira (3/ 8), houve uma redução de 66% no desmatamento da Amazônia em julho. É a maior queda registrada nesse período nos últimos quatro anos.
Já no Cerrado, a situação é oposta. Os dados revelam um aumento de 26% nos alertas de desmatamento na região. A destruição se concentra no chamado “Matopiba”, que são os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Desmatamento legal
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, justificou que a concentração do trabalho da pasta foi inicialmente na região da Amazônia, começando a atuar com maior intensidade no Cerrado em maio.
Além disso, Capobianco lembrou que no Cerrado as propriedades devem manter 20% da vegetação nativa, enquanto na Amazônia esse valor chega a 80%. Assim, a própria legislação estaria favorecendo o desmatamento.
Segundo o secretário executivo, os estados estão dando um número enorme de autorizações de desmatamento, de uma forma “no mínimo discutível”.
Fiscalização
Já em relação à Amazônia, o secretário-executivo mostrou números sobre o aumento da fiscalização. A quantidade de autos de infração relacionados à flora, por exemplo, aumentou 173%, quando se compara com a média dos últimos quatro anos.
“Essas autuações têm um papel muito relevante porque retratam a presença das equipes em campo, mostrando a presença do poder público”, defendeu.
Expectativa de impunidade
Durante a divulgação dos números, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apontou que está lidando com novas formas de criminalidade que não existiam em 2003, quando ela assumiu o ministério no primeiro governo Lula.
Marina também defendeu que com o aumento da fiscalização em sua gestão, houve o fim da “expectativa da impunidade”.
“Cada um que comete o crime pensa duas vezes antes de praticar o crime, pois ele sabe que está sendo visto pelos olhos do sistema de monitoramento e sabe que vai haver uma ação dos órgãos de fiscalização e controle.