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Desencontros de ministros dão primeira munição a opositores de Lula

Ministros de Lula se enrolaram na primeira semana com falas desencontradas. Discurso será alinhado em reunião ministerial nesta sexta

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Breno Esaki/Especial Metrópoles
O presidente eleito Lula anuncia no CCBB os últimos dezesseis ministros para compor seu governo. Ele fala diante de um púlpito cercado de autoridades e políticos - Metrópoles
1 de 1 O presidente eleito Lula anuncia no CCBB os últimos dezesseis ministros para compor seu governo. Ele fala diante de um púlpito cercado de autoridades e políticos - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Ao tomar posse como ministra do Planejamento, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) contou em seu discurso que disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter “divergências” com outros ministros da área econômica e ouviu dele que isso não seria problema, pois discordâncias fazem parte da democracia. Para a oposição ao governo petista, porém, os choques que já ocorrem entre membros de um ministério heterogêneo estão servindo para organizar as primeiras estratégias de ação.

Parlamentares que fizeram parte da base de apoio ao governo Bolsonaro e influenciadores digitais de direita estão usando episódios de desalinhamento, como o bate-cabeças sobre a revisão ou não da reforma da Previdência, como combustível para atacar o governo Lula.

Expressões como “confusão” e “briga” estão sendo usados pelos opositores para denunciar o que consideram um governo que começa desafinado, como mostram postagens como a do deputado federal reeleito Coronel Tadeu (PL-SP):

Bolsonaristas e atores políticos que não estavam na base do ex-presidente mas se opõem a Lula, como o deputado federal reeleito Kim Kataguiri (União Brasil-SP), ainda estão em busca do tom para o enfrentamento ao novo governo e as disputas internas dentro da gestão estão ajudando a dar um primeiro fôlego a esse objetivo.

O youtuber Kim Paim, por exemplo, tem feito esforços para estimular uma oposição sistemática a Lula, distanciada de táticas como a de influenciadores que estimulam acampamentos contra o resultado das eleições em frente aos quartéis.

Em vídeo postado na quinta (5/1) em seu canal no YouTube, Paim chamou os desentendimentos entre alguns ministros de Lula de “crise generalizada”.

Outras frentes de ataque

O nervosismo do mercado financeiro com os primeiros atos da equipe econômica de Lula e resultados ruins na Bolsa e na cotação do dólar também estão sendo explorados pela oposição que se organiza contra Lula.

Iniciativas legislativas também já estão sendo tentadas pela oposição, apesar de o Congresso estar em recesso e as novas legislaturas na Câmara e no Senado só começarem em fevereiro.

O deputado federal reeleito Sanderson (Pl-RS) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES), por exemplo, já apresentaram Projetos de Decretos Legislativos (PDL) para reverter portarias do Ministério da Justiça que restringiram o acesso da população a armas, uma das primeiras ações do governo Lula no chamado “revogaço” de normas editadas no governo Bolsonaro.

Os esforços legislativos da oposição só poderão ter a viabilidade testada quando os trabalhos do Congresso forem reabertos, mas as iniciativas servem, na visão de críticos ao governo, para sinalizar que haverá uma oposição organizada à gestão petista.

Lula busca alinhar discurso de ministros

Evitar dar munição aos adversários deverá ser um dos assuntos da primeira reunião entre o presidente Lula e seus ministros após a posse, marcada para a manhã desta sexta (6/1) no Palácio do Planalto. A reunião ministerial já estava prevista e não tem o “freio de arrumação” como principal tema, mas chega, segundo articuladores do governo, em boa hora para que as arestas sejam aparadas antes que se tornem mais graves.

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou na quinta que falas contraditórias sobre Reforma da Previdência e outras fontes de atritos não serão tratados “de forma específica” na reunião ministerial e fez um esforço para minimizar a questão:

“Seria desencontrado se um [ministro] tivesse combinado alguma coisa e o outro tivesse feito diferente”, disse ele. “É normal, as pessoas chegam com vontade”, complementou.

“Não é um freio de arrumação, nem bronca de puxão de orelha. É apenas uma reunião, como um técnico de futebol que conversa com os jogadores”, reformou Pimenta, em entrevista à Globo News.

De acordo com postagem no perfil do próprio presidente Lula nas redes sociais, porém, o encontro vai ter muito assunto:

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