metropoles.com

Desemprego fica em 13% no trimestre até junho e afeta 13,5 milhões

Em igual período de 2016, a taxa estava em 11,3%. No primeiro trimestre de 2017, o resultado ficou em 13,7%

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 13% no segundo trimestre deste ano, encerrado em junho, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (28/7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período de 2016, a taxa medida pela Pnad Contínua estava em 11,3%. No primeiro trimestre de 2017, o resultado ficou em 13,7%.

A fila do desemprego contava com 13,486 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano. O resultado significa que há mais 1,9 milhão de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 16,4%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 0,6% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 562 mil postos de trabalho.

Como consequência, a taxa de desemprego passou de 11,3% no segundo trimestre de 2016 para 13,0% no segundo trimestre de 2017.

A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 529 mil brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 0,8% no trimestre encerrado em junho ante o mesmo período de 2016.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 53,7% no segundo trimestre deste ano.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.104 no trimestre encerrado em junho. O resultado representa alta de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 185,1 bilhões no segundo trimestre.

Recuo
A taxa de desemprego de 13% registrada no segundo trimestre do ano foi a menor desde o trimestre encerrado em janeiro, quando estava em 12,6%. Em relação ao trimestre encerrado em março, houve redução de 0,7 ponto porcentual, o primeiro recuo estatisticamente significativo desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, ressaltou o IBGE.

A população ocupada voltou a superar o patamar de 90 milhões de trabalhadores pela primeira vez desde dezembro de 2016, totalizando 90,236 milhões de pessoas. O país ganhou 1,289 milhão de postos de trabalho em um trimestre, ao mesmo tempo em que 690 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados.

“É um movimento positivo, sem dúvida, mas isso está marcado por postos de trabalho não registrados. O mercado cresceu, mas cresceu pela informalidade. Tem que aguardar para ver se é um primeiro movimento. Teve aumento significativo do trabalho não registrado, da informalidade”, explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No segundo trimestre, o mercado de trabalho perdeu 75 mil vagas com carteira assinada em relação ao primeiro trimestre. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou em 442 mil pessoas, e outros 396 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria.

Carteira assinada
O mercado de trabalho no país perdeu 1 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 3,2% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o contingente de trabalhadores formais está no patamar mais baixo da série histórica, totalizando 33,3 milhões de pessoas.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,4%, com 540 mil empregados a mais. O total de empregadores cresceu 13,1% ante o segundo trimestre de 2016, com 484 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria encolheu 1,8% no período, com 415 mil pessoas a menos nessa condição. Houve redução ainda de 122 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2% de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar cresceu 2%, com 43 mil ocupados a mais.

Cortes
A construção civil cortou 683 mil postos de trabalho no período de um ano. O total de ocupados na atividade encolheu 9,2% no segundo trimestre de 2017 ante o mesmo período de 2016, segundo dados do IBGE.

Outras atividades com corte de vagas foram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-765 mil empregados, recuo de 8,1% no total de ocupados), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (menos 206 mil vagas, queda de 1,3%) e serviços domésticos (183 mil empregados, redução de 2,9% no total de ocupados).

Na direção oposta, a indústria criou 94 mil vagas no período de um ano, uma alta de 0,8% no total de ocupados no setor no segundo trimestre ante o mesmo trimestre de 2016. O comércio contratou 8 mil empregados, o que significou estabilidade no contingente de empregados.

O setor de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas — que inclui alguns serviços prestados à indústria — registrou um crescimento de 131 mil vagas em um ano,1,4% de ocupados a mais.

Também houve aumento no contingente de trabalhadores de alojamento e alimentação (579 mil empregados), outros serviços (323 mil pessoas) e transporte, armazenagem e correio (128 mil ocupados).

Indústria
A indústria criou 375 mil postos de trabalho em um trimestre, o equivalente a um aumento de 3,3% no total de ocupados no setor. Apesar disso, a expansão se deu por meio de um aumento de trabalhadores informais, especialmente na indústria alimentícia.

“Que indústria é essa que está aumentando o contingente de ocupados? A gente vê que a frequência maior se dá sobre o contingente de trabalhadores sem carteira assinada”, ressaltou Cimar Azeredo. “A indústria extrativa não se altera, é a indústria de transformação que contrata. E quem puxou foi a indústria alimentícia.”

No segundo trimestre, o total de ocupados no país cresceu 1,4% em relação ao primeiro trimestre do ano, com a criação de 1,2 milhão de vagas.

Outros setores que contrataram no período foram comércio, com 199 mil funcionários a mais; transporte, armazenagem e correio, com mais 131 mil; alojamento e alimentação, mais 77 mil; serviços domésticos, 39 mil a mais; administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde, mais 485 mil novas contratações; e outros serviços, com a geração de 238 mil novos postos.

Segundo Azeredo, houve elevação no montante de pessoas trabalhando por conta própria no segmento de cabeleireiros e serviços de beleza, que se enquadram na categoria de “outros serviços”, e como motoristas de passageiros, o que pode ser explicado por um maior número de motoristas de aplicativos como o Uber.

“O avanço no setor de transporte se caracteriza principalmente por uma entrada de motorista de passageiros. É possível que seja motorista de aplicativo, mas a pesquisa não consegue fazer essa distinção”, ponderou ele. “A gente não tem como separar qual é o motorista de táxi e o de aplicativo. Mas a gente sabe que o aplicativo é uma forma de resgate do emprego. A pessoa perde o emprego e se insere no aplicativo”, completou.

No caso do segmento de Administração Pública, o coordenador do IBGE disse que houve um movimento sazonal de contratação após uma demissão tradicionalmente mais acentuada ao fim de cada ano

“Na administração pública, 48% desse grupamento é voltado para a educação, e ela teve um peso importante. É comum que no fim do ano as prefeituras demitam professores para fechar as contas, depois contratam de novo. Esse aumento de alta e baixa é sazonal”, avaliou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?