Desembargador se desculpa após falar em nível cultural superior do PR
No início do mês, o desembargador afirmou que o Paraná tem nível cultural superior a Norte e Nordeste
atualizado
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O desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná, se desculpou na sessão desta sexta-feira (28/4) pelo seu comentário sobre nordestinos. No início do mês, o juiz afirmou que o Paraná tem nível cultural superior a Norte e Nordeste e que é um local que não tem o “jogo político dos outros estados”.
“Sempre procurei agir com correção. Sempre me esmerei em prestar um bom serviço jurisdicional à população. Eu não deveria ter proferido palavras que pudessem involuntariamente denotar preconceito, embora não fosse esta a minha intenção. Por isso peço desculpas”, disse.
“Aproveito a oportunidade para reafirmar que o advogado é indispensável à administração da Justiça e que não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.”
Veja:
“Nível cultural superior”
O comentário sobre o nível cultural paranaense foi feito pelo magistrado durante sessão da 2ª Câmara Criminal do tribunal. Em sua fala, ele diz que as pessoas lembram da Operação Lava Jato, do Petrolão e do Mensalão ao falar do tribunal, mas que às vezes ele nem consegue dormir.
“Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste, etc. É um país [sic] que não tem esse jogo político dos outros estados. Aqui no Paraná é uma vergonha”, diz Jorge.
Dias depois, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, abriu uma representação contra o desembargador. Salomão justificou a abertura de representação afirmando que a fala do desembargador pode ter conotação xenófoba.
“Aparentemente, não se vê justificativas às declarações de cunho preconceituoso e xenofóbico, sem qualquer relação com o caso que estava sendo julgado, além de se traduzirem em possíveis críticas relacionadas a outros processos”, afirmou Salomão.