Desembargador preso pela PF no Rio dizia ser “soldado” de Witzel
Marcos Pinto da Cruz foi um dos quatro magistrados presos. Dezoito, entre eles o governador afastado, foram denunciados ao STJ
atualizado
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Rio de Janeiro – Preso nesta terça-feira (2/3) acusado de montar um esquema de corrupção no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) envolvendo o governador afastado Wilson Witzel, o desembargador Marcos Pinto da Cruz se autodenominava “soldado” do então comandante do Palácio Guanabara.
A afirmação do desembargador foi feita, segundo denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em uma mensagem localizada no celular do magistrado, apreendido na Operação Tris In Idem, em agosto do ano passado.
O diálogo de Pinto com o governador ocorreu no dia 19 de maio. Witzel tinha acabado de dar entrevista para uma emissora de TV. “Amigo, quero te ver. Vamos aliviar um pouco a cabeça? Beber um vinho?”, escreveu Marcos. Witzel sugeriu um encontro no dia seguinte, e o desembargador respondeu: “Vc (sic) manda. Dia e hora. Sou seu soldado”, completou.
O esquema de propina foi revelado em delação premiada do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos. Sete empresas são citadas como pagadoras de propina para receber na Justiça do Trabalho valores devidos pelo estado, o chamado restos a pagar. Nesta terça-feira, 11 foram presos, dos quais quatro desembargadores, e 18 acabaram denunciados pelo MPF ao STJ.