Desembargador nega ao STF ter determinado a prisão de Tacla Duran
Nesa quarta (12/4), uma ordem de prisão foi publicada no portal do TRF-4, com o aval do desembargador. Ele negou o pedido nesta sexta (14/4)
atualizado
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O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Marcelo Malucelli enviou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual nega ter determinanado a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran, que denunciou ter sido vítima de uma suposta extorsão na Operação Lava Jato.
“Reitero que em nenhum momento foi decretada por este relator a prisão do requerente Rodrigo Tacla Duran”, escreveu Malucelli no documento enviado, nesta sexta-feira (14/4), à presidente do STF, Rosa Weber.
Malucelli alega que teria apenas decidido a respeito de um incidente de suspeição do novo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, o que, ainda segundo ele, não altera a situação de Tacla Duran.
O posicionamento do desembargador foi divulgado dois dias após a informação de que ele teria expedido uma ordem de prisão contra Tacla Duran. De acordo com a decisão do ministro recém-aposentado Ricardo Lewandowski, o caso deve ser analisado no STF.
Nesta sexta, o TRF-4 divulgou uma nota para esclarecer a situação. O tribunal afirmou que a decisão tomada não decretou qualquer prisão envolvendo Tacla Duran. Além disso, pontuou que essa medida sequer foi solicitada ou estava em discussão no procedimento analisado.
“Informamos que a notícia veiculada ontem (12/4) no Portal, relativa à Correição Parcial 5011889-08.2023.4.40.0000, com o título ‘TRF4 restabelece ordem de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran’, foi retirada do site após comunicação pelo gabinete do desembargador Marcelo Malucelli de que teria havido erro no texto”, diz trecho da nota do tribunal.
Pedido de afastamento
Mais cedo, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que acionará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para afastar Malucelli do caso. Calheiros aponta a relação de parentesco do desembargador com o senador Sergio Moro como o motivo do pedido de afastamento.
“Entrarei no CNJ pedindo o afastamento do desembargador Marcelo Malucelli, que restabeleceu a prisão de Tacla Duran, vítima de extorsão na Lava Jato. O filho dele, João Malucelli, é sócio de Sergio Moro em um escritório de advocacia. Espero a condenação que foi dada a Dellangnol”, escreveu Renan Calheiros em postagem em suas redes sociais.