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“Deram tiros e não viram as crianças”, diz pai de menina baleada no RJ

Crianças ajudavam vizinha a fazer mudança, quando foram baleadas em Queimados, na Baixada Fluminense. Kevin Lucas Santos, de 6 anos, morreu

atualizado

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Wilson e sua filha, Ludmila, baleada em Queimados
1 de 1 Wilson e sua filha, Ludmila, baleada em Queimados - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – Wilson Oliveira Vilela, de 37 anos, afirma que sua filha, Ludmila, de 9 anos, estava ao lado de seus amigos e ajudava vizinhos em uma mudança, quando foi atingida por um tiro nessa quinta-feira (6/7) em Queimados, na Baixada Fluminense do Rio.

O pai relata que as três crianças feridas no episódio estava sob uma lona, pendurada na rua, no momento dos tiros. Entre elas estava o menino Kevin Lucas dos Santos Silva, deve 6 anos, que morreu na hora.

De acordo com relato de Vilela, os tiros teriam sido disparados por policiais militares. O comando da PM do Rio confirmou que houve a ação na comunidade. Mas os PMs envolvidos na ação alegaram que não atiraram.

“Policiais sempre dão dois ou três tiros para bandidos dispersarem. Só que ontem deram tiros e não viram crianças. Elas estavam ajudando a fazer a mudança. Depois que atingiram crianças é que viram o que fizeram. A gente tem certeza de que foi a polícia. Não tinha bandido aqui”, afirmou Vilela ao Metrópoles.

Vítimas sob a lona

Ele ressalta que os policiais não tinham como ver quem estava debaixo da lona, mas que, apesar disso, atiraram em direção ao local.

“Quando viram que atingiram duas crianças, desceram da viatura. Agora estão procurando os pais das crianças para dialogar. Só que não tem conversa. Eles precisam pagar pelo que fizeram”, disse o pai.

Meninas baleadas

Ludmila Pereira Vilela teve uma artéria da perna atingida por um disparo e está em estado grave no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias.

A terceira criança é Gabriela, de 13 anos, que está internada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Ela foi operada e segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Mesmo estabilizada, seu quadro clínico é considerado grave.

Com a filha no colo

O pai conta que teve de suplicar aos policiais para socorreram as crianças baleadas. Inicialmente, elas foram levadas no carro da PM para a UPA de Queimados.

“Entrei na frente do carro deles com minha filha no colo”, afirmou.

O tiroteio e a morte do menino Kevin são investigados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Em nota, a Polícia Civil informou que foi realizada perícia no local do tiroteio e que as armas dos policiais militares foram apreendidas.

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