Deputados pedem que CVM investigue senador e acionista da Eletrobras
Fernanda Melchionna e Glauber Braga foram à Comissão de Valores Mobiliários pedir investigação de Eduardo Braga (MDB-AM) e Lírio Parisotto
atualizado
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Com a medida provisória da privatização da Eletrobras perto da votação na Câmara dos Deputados, os deputados federais Fernanda Melchionna (PSol-RS) e Glauber Braga (PSol-RJ) apresentaram uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reclamando da relação do senador Eduardo Braga (MDB-AM) com o empresário Lírio Parisotto, acionista da empresa a ser vendida para a iniciativa privada.
Segundo a representação, Eduardo Braga “é um dos parlamentares mais empenhados e envolvidos no processo de desestatização e, simultaneamente, tem relações muito próximas com o empresário acionista da estatal. O empresário, inclusive, foi suplente [do senador] nas 54ª e 55ª legislaturas do Senado, pelo estado do Amazonas”.
Para os psolistas, a relação “dá a Lírio Parisotto grande influência política e, possivelmente, acesso a informações privilegiadas no debate sobre a privatização da empresa, o que potencialmente cria vantagens que violam as normas de mercado”.
Os parlamentares pedem a instauração de procedimento investigatório “conforme competências fiscalizatórias e regulatórias, com vistas a apurar todas as circunstâncias dos fatos aqui noticiados, bem como a adoção das medidas sancionatórias cabíveis, em face dos responsáveis”.
Procurado pelo Metrópoles, o senador Eduardo Braga considerou a denúncia “absurda e sem nexo”. “Conhecer uma pessoa é crime?”, questionou ele. “Eu tenho independência e minhas posições e declarações sobre a Eletrobras são públicas há muitos anos. Na falta de argumentos, de competência, esses deputados estão buscando distrações estúpidas”, afirmou.
O empresário Lírio Parisotto ainda não foi localizado pela reportagem.