Deputados boicotam votação de punição de bolsonarista que xingou papa
Deputados de SP têm que votar afastamento de Frederico D’ávila por chamar Francisco e outras figuras católicas de “pedófilos” e “safados”
atualizado
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São Paulo – Deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo estão boicotando a votação que decide a punição do bolsonarista Frederico D’ávila por xingar o papa Francisco e outras autoridades católicas de “pedófilos”, “vagabundos” e “safados”.
O Conselho de Ética da Assembleia determinou o afastamento por três meses do deputado em fevereiro. No entanto, devido a liminar a punição precisa ser aprovada com no mínimo 48 votos em plenário.
Em cinco sessões não havia deputados suficientes para votar o afastamento, segundo a Folha de S. Paulo. As duas sessões mais recentes ocorreram na quarta-feira (7/6).
O cardeal Odilo Pedro Scherer enviou ofício à Assembleia no início do mês. O arcebispo Metropolitano de São Paulo disse que acompanha com “a confiança de que a gravidade daquela manifestação infeliz seja devidamente considerada pelo Legislativo paulista no discernimento sobre as medidas a serem tomadas”.
“Trata-se de votação de cunho ideológico pelo fato de estarmos alinhados à gestão do governo federal. Tentam, de forma arbitrária, cassar um mandato legítimo por fato já exaustivamente tratado e resolvido”, disse em nota Frederico D’ávila.
Xingamentos
Durante sessão, em 14/10/21, o parlamentar atacou o papa Francisco, dom Orlando Brandes e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
“Seu safado da CNBB dando recadinho para o presidente [Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha. (…) Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também”, disse o deputado.
Continuou o parlamentar: “Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos safados, a CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”.
A fala foi uma resposta ao discurso de dom Orlando durante a missa pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12/10/21. Na ocasião, o arcebispo fez críticas à política armamentista de Jair Bolsonaro.
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