Deputados apresentam representação contra Crivella ao MP-RJ
Parlamentares questionam reunião de prefeito do Rio com pastores e começam a discutir pedido de impeachment
atualizado
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Parlamentares do PSOL apresentaram nesta segunda-feira (9/7) uma representação no Ministério Público do Estado (MP-RJ) contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB), bispo afastado da Igreja Universal, por improbidade administrativa. Os deputados estaduais Marcelo Freixo e Flávio Serafini, juntamente com os vereadores Tarcísio Motta, Renato Cinco, Paulo Pinheiro, Brizola Neto e Babá, se reuniram com o procurador-geral Eduardo Gussem por 20 minutos antes de protocolarem a representação.
Os parlamentares acusam Crivella de oferecer facilidades a pastores e fieis de sua igreja no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e no pagamento de impostos em reunião fechada na semana passada. Além disso, pedem que seja investigado o uso de um bem público, o Palácio da Cidade, sede da Prefeitura, para campanha eleitoral na mesma ocasião.
Na última sexta-feira (8/7) o MP-RJ já havia informado que pretendia investigar as circunstâncias da reunião.
Na quarta-feira (4/7) no Palácio da Cidade, em evento que estava fora da agenda, o prefeito afirmou para uma plateia formada por pastores e líderes religiosos da Universal que ajudaria fiéis a fazer cirurgia de catarata e varizes pelo SUS e que daria auxílio a pastores que estivessem com problemas de IPTU em seus templos. Além disso, ele exaltou o pré-candidato a deputado federal pelo PRB Rubens Teixeira, que estava presente à reunião.
Pedido de impeachment
Ainda nesta segunda (9/7) o PSOL e o PSDB vão solicitar ao presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe, que convoque o plenário da casa em caráter extraordinário (eles estão em recesso), para debater a possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o prefeito.
“Há sérios indícios de crimes cometidos pelo prefeito, que podem levá-lo ao impeachment. A câmara precisa se reunir imediatamente”, analisou a vereadora Teresa Bergher, que vai levar para os colegas também um requerimento de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Segundo Tarcísio Motta, a reunião revela um aspecto grave da administração do prefeito, que “continua agindo como pastor e acha que pode gerir a prefeitura como se fosse sua igreja”: “Ele é prefeito e precisa se comportar como tal enquanto estiver à frente da Prefeitura do Rio. Não é possível admitir que qualquer pessoa tenha privilégios para ter acesso a cirurgias nos hospitais públicos e que processos com relação à isenção de IPTU sejam acelerados para fieis ou pastores. Isso é inadmissível no regime republicano”.
A média de tempo de espera por uma cirurgia de catarata pelo SUS é superior a dois anos. O prefeito, no entanto, prometeu atender os fieis indicados pelos pastores em não mais que duas semanas.