Deputado propõe tabela com “custo mínimo” para o frete
Relator da MP na Câmara, Osmar Terra pretende apresentar seu relatório nesta terça. Intenção é também votá-lo até o fim da tarde
atualizado
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Em análise no Congresso Nacional, a Medida Provisória 832, que estabelece uma política de preços para o frete rodoviário, deverá ser alterada para prever a cobrança de um valor calculado a partir de um “custo mínimo”.
Depois de editada, a MP permitiu ao governo tabelar os preços para os tipos de cargas e eixos. A proposta do deputado Osmar Terra (MDB-RS), relator da MP, é estabelecer um “custo mínimo” com base em critérios da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A partir dele, o órgão poderá calcular os preços para cada um dos tipos de fretes. Terra já decidiu que manterá a tabela de preços como obrigação e não como referência, como propõem algumas das 55 emendas apresentadas à matéria.
O tabelamento foi editado pelo presidente Michel Temer para colocar fim à paralisação dos caminhoneiros nos últimos dez dias de maio, que chegou a causar desabastecimento de combustível e de outros produtos em diversas regiões do país. No entanto, a ideia enfrenta fortes resistências do agronegócio e da indústria. O Supremo Tribunal Federal (STF) tenta mediar um acordo para chegar a valores consensuais entre as partes.Terra avaliou que não há motivo para uma nova paralisação de caminhoneiros, como vem sendo dito nas redes sociais. “As coisas estão caminhando da melhor forma possível, inclusive para eles, pois tudo o que foi pactuado com o governo foi cumprido”, disse. “Não vejo motivo para uma nova greve.”
Terra pretende apresentar nesta terça (3/7) seu relatório sobre a MP e votá-lo no fim da tarde na comissão especial que analisa a matéria. Se isso de fato ocorrer, a medida poderá ser apreciada no plenário da Câmara nesta quarta (4/7) e no plenário do Senado no dia 11 de julho, antes do recesso. O prazo para votar o texto termina no dia 7 de outubro, de forma que há tempo para concluir sua votação, informou.
No entanto, os caminhoneiros estão em estado de atenção. Nos últimos dias, foi intensa a boataria nos grupos de comunicação da categoria pelo WhatsApp sobre a hipótese de nova paralisação. Carlos Alberto Litti Dahmer, uma das lideranças do movimento, informou que a ideia é pressionar o Congresso, mas sem cruzar os braços. “Estado de greve”, resumiu.
Em áudio enviado à sua base, o líder Wallace Landim, o Chorão, informou que há muitos boatos sobre greve e “gente querendo usar a categoria” com outra finalidade. Por outro lado, ele mantém aberta a possibilidade de parar. “Até quarta-feira, estamos aguardando a votação da MP 832”, diz. “Mas não está descartada uma nova paralisação.” Há um mês, Chorão prometeu que colocaria 50 mil caminhoneiros na Esplanada, mas só conseguiu reunir 15 veículos.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros Autônomos (Abcam) informou que monitora os grupos de WhatsApp para verificar uma suposta paralisação. “Não estamos promovendo nem apoiando uma nova greve da categoria.
Terra acredita ser possível alcançar um acordo. “Basta as empresas terem sensibilidade”, afirma avaliando que os caminhoneiros estão dispostos a negociar.