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Deputado Júlio Delgado quer CPMI para apurar Brumadinho

Comissão a ser instalada deverá focar na apuração da tragédia que deixou 180 mortos e 130 pessoas ainda desaparecidas

atualizado

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Agência Estado
Júlio Delgado PSB
1 de 1 Júlio Delgado PSB - Foto: Agência Estado

O relator da Comissão Externa que apura a rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse, nesta quarta-feira (27/2), que defende a instalação de uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) para investigar as causas da tragédia.

Delgado propôs a participação de deputados e senadores na apuração do acidente ocorrido em 25 de janeiro e que deixou 180 mortos e 130 pessoas ainda desaparecidas.

Nesta semana, lideranças do Senado argumentaram que aguardarão até o dia 11 de março para que a Câmara instale uma CPI. Caso contrário, os senadores poderiam instalar a comissão na Casa para apurar a tragédia. O prazo para a Câmara se resolver foi dado pelo senador Rendolfe Rodrigues (Rede-AC). “Por parte do Senado, a CPI já está pronta”, afirmou.

A instalação da comissão, no entanto, já enfrenta desconfiança por parte de deputados. O senador Carlos Viana (PSD-MG), autor do pedido de instauração da CPI no Senado, recebeu doações de um representante da mineração no período eleitoral de 2018.

Na campanha, Viana ainda era filiado ao PHS e, de acordo com o registro das doações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu o valor de R$ 100 mil do executivo Luís Fernando Franceschini Rosa, diretor do Grupo Biogold.

A empresa é um fundo de investimento em mineração. O senador informou que o dinheiro foi viabilizado pelo seu ex-partido e que o recurso foi devidamente declarado ao TSE.

Controlar a investigação
Na opinião de alguns deputados, a ação do senador de protocolar o pedido teria o objetivo de controlar a investigação.

Em nota, o senador explicou que a doação foi “viabilizada” pelo partido e que não conhecia o empresário da Biogold.

“A referida doação foi viabilizada pelo PHS, agremiação da qual me desliguei antes da posse no Senado Federal e que indicou Franceschini como um advogado e professor universitário que tinha interesse em fazer doações a candidatos do partido. Somente hoje tomei conhecimento de que ele é sócio de um fundo de investimentos na área da mineração”, disse Viana, em nota.

“Reafirmo o compromisso de trabalhar para que a CPI das Barragens atue de forma transparente, sem qualquer tentativa de espetacularização ou com interesses que não se relacionem exclusivamente ao propósito de evitar novas tragédias como as que atingiram as cidades de Mariana e Brumadinho. É por esse motivo que o primeiro requerimento que apresentarei à CPI solicitará a presença de representantes do Ministério Público e da Polícia Federal para acompanhar os trabalhos da comissão”, ressaltou.

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