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Deputado gastou R$ 133 mil com envio de correspondências em 2021

Levantamento mostra que os gastos de deputados com Correios subiram 11,5% no ano passado, mesmo com a crise econômica provocada pela Covid

atualizado

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Camara dos Deputados
Deputado Abou Anni (PSL-SP)
1 de 1 Deputado Abou Anni (PSL-SP) - Foto: Camara dos Deputados

Do R$ 1,42 milhão gasto no ano passado com Correios pela Câmara dos Deputados, R$ 133,5 mil foram do gabinete de Abou Anni (PSL-SP). O parlamentar paulista foi o que mais usou a verba.

Em outros anos da atual legislatura (2019-2023), Anni também figurou com altos gastos deste tipo. Foi o 6º deputado que mais utilizou verba pública para enviar correspondências em 2020 e o 2º em 2019, quando ficou atrás somente do gabinete de Helio Lopes (PSL-RJ)

Ao todo, os deputados federais gastaram R$ 1,42 milhão da cota parlamentar em serviços postais, em meio à crise econômica no país causada pela pandemia do novo coronavírus. O valor representa um aumento de 11,5% em relação ao R$ 1,27 milhão desembolsado em 2020 com Correios.

O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos dados disponibilizados pelo Portal de Dados Abertos da Câmara dos Deputados.

A assessoria de Anni argumentou que o valor foi gasto pelo gabinete para “divulgação das ações e atividades relacionadas à função parlamentar”. Segundo o parlamentar, são enviadas informações sobre “projetos de lei e de outras proposições de interesse público”. A reportagem do Metrópoles pediu acesso a alguns dos materiais enviados pelo Correio para incluir nesta matéria. No entanto, não teve retorno.

Depois de Anni, aparecem Célio Studart (PV-CE) e Gonzaga Patriota (PSB-PE) na lista dos que mais utilizaram o serviço. Juntos, os três gastaram o equivalente a 18,6% (R$ 264.774,06) do montante total desembolsado pelos deputados.

Veja quanto cada parlamentar gastou com serviços postais no ano passado:

Por e-mail, o gabinete de Célio Studart afirmou que “recorre aos serviços postais para o envio de materiais de divulgação para cidadãos residentes no Ceará que se cadastraram para receber esse tipo de conteúdo”. Segundo sua assessoria, todo mês é enviado um boletim informativo sobre as ações do parlamentar.
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Material enviado para eleitores, segundo assessoria do deputado Célio Studart (PV-CE)
Material enviado para eleitores, segundo assessoria do deputado Célio Studart (PV-CE)
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Material enviado para eleitores, segundo assessoria do deputado Célio Studart (PV-CE)

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Material enviado para eleitores, segundo assessoria do deputado Célio Studart (PV-CE)

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Material enviado para eleitores, segundo assessoria do deputado Célio Studart (PV-CE)

Material cedido ao Metrópoles

Também procurado pela reportagem, o deputado Gonzaga Patriota não respondeu a tentativa de contato feita desde quinta-feira (3/2). Em 2020, o parlamentar gastou R$ 132.329,63 de cota parlamentar com serviços postais, a maior despesa da Casa. Questionado pelo Metrópoles, Patriota afirmou na ocasião que enviava livros, de sua autoria, para apoiadores.

Entre as obras, estavam coletâneas de seus artigos políticos e um texto sobre o Rio São Francisco. Ele se mostrou assustado ao saber dos valores cobrados para envio dos exemplares na época, embora tenha figurado no ano seguinte como o 3º que mais teve gastos deste tipo.

Cota parlamentar

Todos os deputados têm direito a uma verba mensal destinada a cobrir despesas relacionadas ao exercício da atividade parlamentar.

Em regra, estão incluídos gastos com passagens aéreas e serviços de telefonia, correio, manutenção de escritórios de apoio, alimentação, hospedagem (exceto do parlamentar no Distrito Federal), locomoção, segurança, consultorias, divulgação, participação em eventos como palestras e complementação do auxílio-moradia (com um limite).

O valor da cota é diferente para deputados de cada estado, visto que o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual cada um foi eleito é levado em consideração.

O dinheiro é devolvido para o parlamentar em sistema de reembolso. Por isso, é preciso a apresentação das notas fiscais até 90 dias depois da data de prestação do serviço ou de fornecimento do produto. Destarte, alguns gastos podem ainda não estar computados.

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