Deputada quer convocar Michelle Bolsonaro para depor na CPI do 8/1
A deputada Jandira Feghali quer a ida da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro à CPI para explicar depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid
atualizado
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A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apresentou um pedido para convocar a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. A solicitação foi protocolada durante o recesso parlamentar, que dura até o dia 31 de julho. A comissão volta às atividades na próxima terça-feira (1°/8).
Em justificativa, a deputada cita os depósitos bancários em dinheiro vivo realizados pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid na conta da ex-primeira dama. Em maio, o UOL divulgou conversas entre o tenente-coronel Mauro Cid e assessores que mostravam orientação para o pagamento em dinheiro vivo das despesas de Michelle.
As suspeitas de caixa 2 e de “rachadinha” com recurso do Planalto envolvendo Cid e Michelle Bolsonaro foram reveladas no início do ano, nas reportagens Exclusivo: o caixa 2 de Jair Bolsonaro no Planalto e Segredos do Alvorada, assinada pelos repórteres Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles.
Jandira alega ser necessário ouvir a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “esclarecimentos sobre possíveis interesses e/ou envolvimento” nos ataques golpistas do 8 de janeiro.
“A convocação da Sra. Michelle Bolsonaro se justifica, pois, diante das evidências de sua ligação com um dos possíveis mentores dos atos golpistas, cujo desfecho resultou na criminosa ação de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes em Brasília, sendo necessários os esclarecimentos desta sobre possíveis interesses e/ou envolvimento nos citados atos”, diz a deputada.
Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio durante uma operação que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a PF encontrou US$ 35 mil (equivalentes a R$ 175 mil) e R$ 16 mil em espécie em um cofre na residência do militar. Ele esteve na CPI em 11 de julho.
Segundo o relatório da PF, as conversas entre o ex-ajudante e os assessores mostram uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”.