Deputada aciona PGR e STF por fala de Eduardo Bolsonaro contra professores
Eduardo Bolsonaro comparou professores a traficantes de drogas em discurso proferido durante ato armamentista em Brasília, no domingo (9/7)
atualizado
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Em ofícios enviados nesta segunda-feira (10/7), a deputada Professora Luciene Cavalcante (PSol-SP) pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) investiguem falas contra professores proferidas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No domingo (9/7), durante ato armamentista em Brasília, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou o Ministério da Justiça e comparou professores a traficantes de drogas.
“Prestem atenção na educação dos filhos. Tentem ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças”, afirmou o deputado.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”, continuou Eduardo, durante ato em frente ao Congresso Nacional.
À PGR, a deputada Professora Luciene Cavalcante afirmou que a fala é um “convite para que ouvintes ajam contra professores, para que os impeçam de lecionar conteúdos que não sejam aceitos pela sua visão de mundo”. A representação enviada à Procuradoria foi protocolada junto ao deputado federal Idilvan Alencar (PDT-CE).
A parlamentar também apresentou notícia-crime ao STF, alegando que a conduta de perseguição de professores é “inconstitucional e ilegal”.
“Covarde”
A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) também afirmou que acionará a PGR contra Eduardo Bolsonaro. Ela chamou o parlamentar de “covarde” e “fascista”.
“Num país marcado por atentados contra ecolas, utilizar palanque de um evento armamentista para incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos e crime”, disse.
PF analisa caso
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal (PF) a análise dos discursos proferidos no último domingo (9/7) em ato armamentista em Brasília.
Durante o discurso, Eduardo fez menções ao Ministério da Justiça.
“A Venezuela é o país mais violento do mundo, e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido. Infelizmente, vai roubar muita vida de inocente, porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós”.
O deputado também fez críticas à CPI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, salientou.
O grupo que se manifestou no domingo defende mudanças na legislação do país relacionadas ao porte e à posse de armas. Esta foi a primeira edição do ato.