Depois de vídeo, policiais são afastados por agressão a publicitário
Guilherme Kieras relatou nas redes sociais que ficou desacordado depois da ação dos policiais. Fato está sob investigação
atualizado
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A Polícia Militar de São Paulo afastou cinco policiais que aparecem em um vídeo no qual um deles agride o publicitário Guilherme Kieras, 29, no sábado (9/3), durante um bloco de pós-carnaval na Barra Funda, em São Paulo. O publicitário relatou o fato nas redes sociais, afirmando que estava abraçado com um amigo, debaixo de uma árvore, para se proteger da chuva, quando foi atacado pelos policias.
Segundo o texto que Kieras publicou, um grupo de 4 ou 5 policiais começou a persegui-los, batendo neles com cassetetes, até que, em um área mais afastada, passaram a agredi-lo. “Os PMs que nos batiam com cassetetes, chegando a me perseguir na rua, me levar a força para uma rua afastada, onde levei socos, chutes e fui desacordado por uma mata-leão.”, relatou.
Kieras afirmou que perdeu a consciência em razão do espancamento. “A última coisa que lembro antes de perder a consciência foi de pedir para não morrer, e segundos após acordar, me recordo de pedir pra ir embora. Fui chutado para a rua, onde, sangrando muito pela boca e rosto, saí em busca de ajuda”, completou.
Neste domingo (10/03), a TV Globo divulgou imagens que mostram os policiais cercando Kieras, e um deles agredindo o rapaz. Ao menos um soco parte do policial e o restante da cena não é possível visualizar. A Secretaria da Segurança Pública confirmou o afastamento dos envolvidos “até a conclusão das investigações” e a Polícia Militar divulgou nota informando que a ocorrência está em apuração.
A nota da PM afirma que: “Mais de 10 mil policiais militares estiveram nas ruas da capital paulista neste fim de semana para garantir a segurança dos foliões e o cumprimento da lei. A PM não compactua com desvios de conduta de seus agentes e este episódio, que não representa o trabalho da corporação, será rigorosamente apurado.”
Na semana passada, policiais militares usaram bombas e balas de borracha contra foliões, deixando ao menos três pessoas feridas. As vítimas relataram que o bloco do qual participavam já tinha se dispersado e poucas pessoas permaneciam nas ruas da região quando foram surpreendidas pela ação, que classificaram como truculenta.
Ao pedir providências no batalhão depois de ser ferida, uma mulher foi ameaçada por um policial militar, que disse que não tinha “cerimônia para quebrar cara de mulher” . O agente foi afastado e o governador Doria (PSDB) reconheceu o excesso.