Depois de Lira, Lula recebe Hugo Motta na Granja do Torto
Presidente recebeu o favorito para presidir a Câmara em 2025, um dia depois de reunião com o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL)
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta sexta-feira (27/12), o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara a partir de fevereiro. O encontro ocorreu um dia depois de Lula encontrar Lira e discutir o bloqueio das emendas parlamentares. A reunião foi realizada na Granja do Torto, em Brasília, onde fica a residência de campo da presidência.
Na conversa com Motta, Lula procurou “amenizar” o clima ruim dentro da Câmara em relação às decisões do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as emendas. Nesta sexta, os deputados responderam aos questionamentos de Dino, mas o ministro manteve o bloqueio dos recursos e deu até as 20h desta sexta para a Câmara prestar novos esclarecimentos “objetivamente”.
A meta do presidente ao encontrar Motta foi evitar que a situação conflituosa do Legislativo com o Judiciário prejudique o andamento das pautas do Planalto, principalmente a aprovação do Orçamento de 2025, que ficou pendente de aprovação para o início do próximo ano. O comprometimento das pautas prioritárias por causa da crise dos Poderes é a maior preocupação do Executivo.
Na Câmara, existe uma ala que avalia que o governo está aliado a Dino em suas decisões sobre as emendas, ideia que o presidente Lula tem buscado refutar.
O encontro desta sexta contou com a participação do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo apurou o Metrópoles, a reunião serviu também para Lula se aproximar mais de Motta e abrir um canal mais direto com o favorito para assumir a Câmara.
Encontro com Lira
Na quinta-feira (26/12), o presidente da República recebeu Lira no Palácio do Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo. Lá ambos discutiram a resposta que a Câmara daria ao STF sobre as emendas parlamentares.
No documento enviado ao STF nesta sexta, a Câmara argumentou que cumpriu as atuais regras determinadas pela Corte e que a decisão de destinar as emendas recebeu o aval do Executivo, ou seja, do governo Lula. Por fim, a Casa pediu a revogação da decisão de Dino e a liberação dos R$ 4,2 bilhões em emendas.
Entre outros pontos, a resposta da Câmara ao Supremo diz que as atas que detalham a destinação das emendas estão publicadas no site da Casa e, portanto, “não procedem os argumentos de que a deliberação das emendas de comissão é oculta ou fantasiosa, já que está detalhadamente documentada nos autos, com publicação ampla na internet”.
O documento enviado ao STF ainda alega que não houve irregularidades na suspensão das atividades das comissões entre os dias 12 e 20 de dezembro.