Denunciado por homicídio, primo de Caiado terá cargo mantido na Alego
Jorge Caiado foi denunciado pelo MPGO pela morte do empresário Fábio Alves Escobar. Ele afirmou que provará inocência
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) pelo assassinato do empresário Fábio Escobar, Jorge Caiado, assessor técnico da Diretoria Parlamentar da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deve ter o cargo mantido. Ele é primo do governador do estado, Ronaldo Caiado (UB).
Jorge esteve em reunião nessa quarta-feira (20/3) com o presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), na sede do Legislativo, quando disse que provará inocência. A informação é da jornalista Fabiana Pulcineli.
Jorge Caiado foi denunciado pelo assassinato do empresário Fábio Alves Escobar, em 2021. Os promotores acusam o primo de Caiado de usar influência na Secretaria de Segurança de Goiás para ajudar no planejamento do homicídio.
O Ministério Público havia denunciado o ex-assessor do governo de Goiás Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai, pela autoria intelectual do crime. O órgão, agora, incluiu o primo de Caiado como um dos denunciados por ter “incentivado” e “prestado auxílio” na execução do assassinato.
Além de Cacai, três policiais militares têm ligação direta com a morte do empresário, segundo o MP. São eles: Glauko Olívio de Oliveira, Thiago Marcelino Machado e Erick Pereira da Silva.
A denúncia contra Jorge destaca que o primo do governador, valendo-se do prestígio na Secretaria de Segurança, ligou para o coronel Benito Franco Santos, então comandante da Rotam, em Goiânia, e pediu para “resolver uma situação de ameaças sofridas por Cacai”.
Posteriormente, ainda segundo o MP, Jorge apresentou Cacai ao policial militar Welton da Silva Veiga, chefe de um grupo de extermínio. Veiga aceitou comandar o crime e cooptou Thiago, Glauko e Érick para auxiliá-lo no assassinato.
“Ressalte-se que, se não fosse o traquejo de Jorge Caiado e influência com autoridades policiais, Carlos Toledo, por si só, não teria atingido seu desiderato criminoso”, dizem os promotores responsáveis pela denúncia.
O MP de Goiás mostrou uma troca de mensagens entre Escobar e o governador Ronaldo Caiado. Na conversa, o empresário conta ao governador que apagaria as denúncias feitas a Cacai das redes sociais porque temia por sua vida e pela família.
A motivação do crime
Cacai foi coordenador da campanha política do Democratas ao governo do estado em 2018, em Anápolis (GO). Com a eleição de Ronaldo Caiado, ele ganhou o cargo de diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). Em 2020, foi preso por suspeita de fraudes em licitações na companhia e perdeu o cargo.
Escobar trabalhou com Cacai durante a campanha de 2018. No ano seguinte, passou a denunciá-lo na internet por supostos desvios de dinheiro. Em um dos vídeos, Escobar mostrava o momento em que devolvia R$ 150 mil, que ele dizia ter recebido de Cacai como suborno para que ele parasse com as denúncias. Para a investigação, essas desavenças motivaram o assassinato do empresário.