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Dengue: mesmo com epidemia, SUS ainda não definiu início da vacinação

O Brasil vive um surto de dengue, com mais de 360 mil casos prováveis da doença e 40 mortes confirmadas

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Imagem mostra mosquito aedes aegypti, que transmite várias doenças, como a dengue, em uma superfície marrom - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra mosquito aedes aegypti, que transmite várias doenças, como a dengue, em uma superfície marrom - Metrópoles - Foto: GettyImages

O Brasil enfrenta um aumento nos casos de dengue, o que eleva as preocupações de saúde pública em todo o território nacional. O Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a doença iniciaria em fevereiro, mas, até essa terça-feira (6/2), não apresentou o calendário de imunização que será utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Tem se observado uma alta nos casos de dengue nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Isso demonstra a necessidade de aumentar as medidas preventivas para conter o avanço da doença, como eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

O Painel de Monitoramento das Arboviroses, com informes diários sobre dengue, zika e chikungunya, mostra que o Brasil registrou 364.855 casos prováveis até o fim de terça. O país notificou também 40 óbitos, e outras 265 mortes estão sendo investigadas.

Vacinação

As autoridades brasileiras têm intensificado as campanhas de controle do mosquito, no entanto, há a necessidade de esclarecer dúvidas importantes sobre como será o processo de imunização contra a dengue, visto que o número de casos cresce a cada boletim epidemiológico.

As primeiras informações divulgadas pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, é de que a imunização será direcionada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que vivem em municípios selecionados. Apesar disso, não há detalhamento sobre a distribuição da vacina.

A previsão do governo é vacinar, aproximadamente, 3,2 milhões de pessoas em 2024. O esquema de imunização será composto por duas doses, que serão aplicadas com intervalo de três meses.

O imunizante que será utilizado é o Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma, incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) pelo Ministério da Saúde.

Nísia Trindade explicou que a empresa tem limitações na produção do medicamento; por isso, será direcionada para um público específico neste primeiro momento. A chefe da pasta tem destacado que o imunizante não terá efeito imediato; por essa razão, há necessidade de ações para evitar a proliferação do mosquito.

“A vacinação se dará de forma progressiva, dado o número limitado de doses produzidas pelo laboratório fabricante. Os critérios para distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios”, detalhou a ministra da Saúde.

O Metrópoles questionou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) se o Ministério da Saúde distribuiu as doses da vacina Qdenga para as secretarias. Até o momento, a entrega não foi realizada, mas a previsão inicial do governo federal é iniciar a imunização na segunda semana de fevereiro.

Os primeiros estados que vão receber as doses do imunizante são: Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

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Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns da dengue e das outras as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas
Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar
Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica
Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue
Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida
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Dengue, zika e chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem

Joao Paulo Burini
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Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns da dengue e das outras as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas

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Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar

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Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica

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Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue

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Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida

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Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo

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Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças

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Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente

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Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível

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O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto

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Rede privada

O Brasil registrou um aumento de 21% nos exames de dengue realizados na rede privada em uma semana, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). A comparação é realizada entre a semana de 14 a 20 de janeiro, e a de 21 a 27 de janeiro deste ano.

Essa alta na busca pelos exames de dengue também se refletiu na procura da vacina contra a doença. Segundo a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), a demanda pelo imunizante Qdenga na rede privada teve um crescimento de 110,75% em janeiro, em relação ao mês anterior.

A vacina contra a dengue é aplicada na rede privada desde junho de 2023. Cada dose do imunizante custa cerca de R$ 450.

As doses poderão ser tomadas por pessoas de 4 a 60 anos, mesmo aquelas que nunca tiveram a doença. O imunizante pode trazer algumas reações leves, como dor de cabeça e no local de aplicação do medicamento.

Novo imunizante

O Instituto Butantan tem trabalhado em uma vacina contra a dengue. O medicamento ainda está em fase de testes, e o pedido para aprovação do medicamento deve ser encaminhado no segundo semestre para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O imunizante do Butantan é de dose única e oferece proteção contra os quatro sorotipos da dengue.

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