Dengue: Goiânia é capital com maior número de casos do Brasil em 2022
Capital tem maior número de casos do país e, para combate, prefeitura já teve autorização judicial para entrar em 116 imóveis abandonados
atualizado
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Goiânia – Os números de casos de dengue em Goiás não param de crescer e a capital já é o município com mais casos confirmados do país, segundo o último boletim do Ministério da Saúde.
Só no primeiro trimestre deste ano foram quase 20 mil casos de dengue confirmados em Goiânia. Em todos os 12 meses de 2021 foram 11,48 mil, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A proliferação do mosquito colocou o estado de Goiás no segundo lugar de mais mortes por dengue. Foram 16 óbitos confirmados até agora, ficando atrás apenas de São Paulo, estado mais populoso do país, com 23 mortes pela mesma causa.
Os números de casos confirmados de dengue no estado também são preocupantes. Goiás registrou 36,67 mil casos de dengue nas 11 primeiras semanas deste ano, maior número para o mesmo período desde 2016 e mais que o triplo do mesmo período do ano passado.
Veja o comparativo:
Casas abandonadas
Em meio a esse “boom” da dengue, a Prefeitura de Goiânia tem anunciado uma série de medidas, como o reforço na limpeza de cemitérios, incremento das visitas domiciliares e a entrada em casas abandonadas.
Até março foram 116 imóveis vazios que a prefeitura pode entrar após autorização judicial. Em mais da metade deles havia focos do mosquito da dengue.
“Já virou rotina encontrar recipientes cheios de água e larvas nesses imóveis fechados”, afirmou o diretor de Vigilância em Zoonoses, Murilo Reis, no último dia 28 de março durante uma ação.
Em um dos casos envolvendo decisão judicial, a prefeitura teve autorização de fazer a retirada compulsória do lixo acumulado na casa de um idoso de 87 anos.
Veja os números:
Fim do fumacê
Diferente de anos anteriores, nessa época do ano não é mais comum ver os chamados “fumacês”, carros que saíam borrifando veneno pelas ruas da cidade. O programa foi extinto pelo Ministério da Saúde há alguns anos, por causa dos danos ambientais. Até abelhas acabavam morrendo.
A estratégia em Goiânia é o uso de inseticida de ultra baixo volume, o UBV, que não causa dano ambiental, segundo a SMS. Esse produto só é aplicado em regiões com alto índice de casos de dengue.
“Para se ter uma ideia, no chamado Distrito Noroeste, por exemplo, a cada 100 mil habitantes, 2.269 pessoas foram diagnosticadas com dengue”, comentou o secretário municipal de saúde Durval Pedroso, em março.
Segundo ele, 80% dos focos de dengue são encontrados nas residências. Nas cerca de 550 mil visitas domiciliares, feitas por agentes de endemias e comunitários da prefeitura no primeiro trimestre, foram encontrados mais de 21 mil focos do mosquito.
Chikungunya
Além dos casos de dengue, também causa grande preocupação a explosão de casos de chikungunya, doença que tem como vetor o mesmo mosquito aedes aegypti. Para de ter ideia, este ano, até o fim de março, já tinham sido registrados mais casos da doença do que em todo o ano passado.