Delivery de restaurantes é suspenso em Goiânia em protesto a lockdown
Estabelecimentos devem manter paralisação até esta quarta-feira (10/3). Proprietários alegam que estão sendo penalizados pelas restrições
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Donos de bares e restaurantes de Goiânia (GO), revoltados com as medidas restritivas adotadas na cidade, por causa da pandemia da Covid-19, decidiram paralisar as entregas feitas por aplicativos de delivery, a partir desta terça-feira (9/3). O movimento já atraiu pelo menos 100 estabelecimentos, que vão manter a paralisação, a princípio, até esta quarta-feira (10/3).
Os proprietários alegam que é impossível para eles seguirem mantendo o funcionamento das respectivas empresas, apenas, com as vendas feitas por meio dos aplicativos. Até o último fim de semana, o decreto municipal permitia ainda que clientes fossem, presencialmente, até os bares e restaurantes para buscar as refeições.
A atualização divulgada no domingo (7/3) e que passou a valer nessa segunda-feira (8/3) já não permite mais a venda nos locais. Com isso, a arrecadação dos estabelecimentos ficaria restrita às vendas feitas on-line, ou seja, pelos aplicativos de entrega.
O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (Sindibares) e pela seccional goiana da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel). No início, um total de 50 estabelecimentos aderiram ao protesto, mas, assim que outros tomaram conhecimento da ação, o número aumentou rapidamente e segue aumentando.
Revolta
A revolta, basicamente, é motivada pela maneira como o setor tem sido atingido pelas decisões do poder público. O empresário Danillo Ramos, dono do Piry Bar e Restaurante, que funciona desde 1978, alega que já faz um ano que o setor sofre com as “graves restrições ao funcionamento”.
“Agora, nem vender na porta do estabelecimento, nós podemos vender. Nós que cumprimos com o distanciamento, que somos restaurantes e bares responsáveis, que não estamos gerando aglomerações e gerando um ambiente seguro, estamos sendo penalizados pelo poder público, pela sua incompetência e falta de habilidade em gerir o problema da pandemia”, diz ele.
Manutenção do comércio fechado
Os prefeitos de Goiânia e região metropolitana decidiram, em reunião emergencial, no dia 26 de fevereiro pela adoção de medidas mais restritivas, diante do avanço da pandemia e da elevada ocupação de leitos de UTI. A rede municipal de Goiânia opera com 99% de ocupação desde o sábado (6/3).
Os primeiros decreto estipularam regras para um prazo de sete dias, com o compromisso de reavaliação, após esse período. Em nova reunião, no último fim de semana, foram mantidas as restrições, com alterações mais incisivas em alguns casos.
Para os bares, fica proibida a venda presencial. No transporte público, só é permitida a viagem de passageiros sentados. Nos supermercados, só está autorizada a entrada de um integrante do núcleo familiar por vez. E a promessa era de que a fiscalização seria aumentada nas ruas da cidade.