Delgatti: Bolsonaro disse que ato antidemocrático libertaria “povo brasileiro”
Durante a oitiva à CPMI do 8/1, Delgatti afirmou que Bolsonaro foi o mandante de uma sério de atos criminosos
atualizado
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O hacker Walter Delgatti Neto afirmou, nesta quinta-feira (17/8), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o tentou convencer que a prática de atos antidemocráticos não era criminosa. “Disse que eu estaria libertando o povo brasileiro”, pontuou o “hacker da Vaza Jato”.
A declaração foi dada durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, no Congresso Nacional. Durante a oitiva, Delgatti afirmou que Bolsonaro foi o mandante de uma série de atos criminosos.
Entre os pedidos do ex-presidente a Delgatti, estariam a suposta manipulação de uma urna eletrônica para questionar o resultado das eleições. Além disso, Bolsonaro teria pedido que o hacker assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ele falava sempre que isso não era um crime. Eu estaria libertando o povo brasileiro”, afirmou Delgatti. A declaração foi dada em resposta a um questionamento feito pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES).Veja:
Entenda
À CPMI Delgatti afirmou que Bolsonaro pediu para ele criar um “código-fonte fake” e simular falhas em uma urna eletrônica. A ação seria feita durante um ato em 7 de setembro, no ano passado.
O hacker também afirmou que Bolsonaro ofereceu um indulto caso Delgatti fosse incriminado pelo crime. Além disso, o ex-presidente teria mencionado um grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que estaria sob posse do governo. Bolsonaro também teria pedido que Delgatti assumisse a autoria do grampo.
A oitiva na CPMI ocorre um dia após o depoimento de Delgatti à Polícia Federal (PF). O hacker é investigado pela suposta inserção de dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Investigações apontam que Delgatti teria sido contratado pela deputada federal Zambelli, ligada ao ex-presidente, para prestar os serviços, que teriam o objetivo de beneficiar Bolsonaro durante as eleições de 2022.