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Delegado responsável por investigar políticos no STF entrega cargo

Josélio Azevedo pediu para sair do grupo de inquéritos que cuida de investigações envolvendo políticos com foro privilegiado

atualizado

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1 de 1 joselio_azevedo - Foto: reprodução

Responsável pelo grupo que investiga políticos com prerrogativa de foro, o delegado Josélio Azevedo comunicou aos colegas que deixará o cargo por divergências com o novo comando da Polícia Federal. O delegado Márcio Anselmo, que atou na primeira fase da Operação Lava Jato, deve assumir o posto.

Josélio tomou a decisão após ser informado que o Grupo de Inquéritos Especiais (GINQ) sairá do seu comando e passará a ser subordinado à diretoria de investigação e combate ao crime organizado (Dicor).

O delegado é coordenador de combate à corrupção e ao crime organizado, a qual está subordinado o GINQ, que cuida, por exemplo, das investigações da Operação Lava Jato nos casos envolvendo políticos com mandato.

A nova cúpula da PF decidiu que o GINQ passará a ser subordinado ao diretor de investigação e combate ao crime organizado, Elzio Vicente da Silva, que assumiu o posto com a entrada de Rogério Galloro, no último dia 2 de março, em substituição a Fernando Segovia. Antes disso, Elzio era superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal.

Em mensagem enviada a colegas delegados, Josélio diz que vai auxiliar a transição e citou incompatibilidade para justificar sua decisão de entregar o cargo. Respeitado pelos colegas que atuam no GINQ, a saída de Josélio provocou uma crise interna na PF e pode levar a uma debandada na equipe que investiga políticos em protesto as mudanças. O trabalho do grupo é sensível porque as investigações esbarram em políticos poderosos e são dirigidas pelos ministros do Supremo.

A colunista Andreza Matais apurou que outra mudança a caminho é que o GINQ também deve passar a cuidar dos inquéritos que investigam governadores e tramitam no STJ. Além dos que tramitam no Supremo.

A transferência do GINQ para a diretoria de investigação foi lida pelo grupo como uma retaliação ao fato de os delegados do grupo terem criticado publicamente o então diretor Fernando Segovia quando ele foi acusado de atuar para beneficiar o presidente Temer no inquérito dos Portos. Segovia perdeu o cargo após dizer que o inquérito seria arquivado, mesmo com as investigações ainda em curso.

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