Delegado preso se passou por mulher para atuar em operação fake no Rio
Fingindo ser funcionária de uma ONG, de nome Ana, o delegado fez uma encomenda de camisas, que apreendeu em seguida
atualizado
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Rio de Janeiro – O delegado Mauricio Demétrio Afonso Alves, preso na manhã desta quarta-feira (30/6), se passou por uma mulher para forjar a prisão em flagrante de um outro delegado que o investigava. Fingindo ser funcionária de uma ONG, de nome Ana, o delegado fez uma encomenda de camisas na confecção do também delegado Marcelo Machado Portugal, com o objetivo de apreendê-las e incriminar o dono da loja.
Segundo O Globo, a apreensão de fato foi realizada, em março, quando Demétrio foi à estamparia, na Tijuca, e apreendeu as mil camisas que ele mesmo havia encomendado semanas antes, com desenhos de “Minions” — personagens da animação “Meu malvado favorito”.
O delegado justificou a apreensão alegando que os produtos eram falsificados. Machado, que era lotado na Corregedoria da Polícia Civil e investigava Demétrio pela cobrança de propinas a comerciantes, foi preso na ocasião.
Demétrio foi preso acusado de comandar uma quadrilha que exigia propina para comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Titular da Delegacia do Consumidor (Decon), da Polícia Civil do Rio, o delegado, segundo a denúncia, usava carros de luxo para encobrir os ganhos irregulares. Demétrio é acusado de exigir dinheiro em troca de não fiscalizar a venda de produtos piratas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a qual o Metrópoles teve acesso, o delegado era o “capo da organização”, grupo que contava com outros agentes da Polícia Civil, um perito criminal e comparsas residentes da cidade imperial. Na operação, batizada de Carta de Corso, oito mandados de prisão e 19 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e cumpridos nesta quarta-feira (30/6).