Delegado do “gabinete do crime” jogou celular fora ao ser preso
O delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues foi preso na última semana suspeito de ser mentor de um esquema de corrupção em Mato Grosso
atualizado
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O delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, preso apontado por ser o mentor do chamado “gabinete do crime”, um esquema de corrupção envolvendo policiais civis, advogados e garimpeiros em Mato Grosso, tentou se livrar do próprio celular jogando-o em um terreno baldio no momento da prisão.
As informações foram repassadas ao Metrópoles pelo delegado Rodrigo Azem Buchdid, responsável pela investigação do caso.
“Nós conseguimos ir nesse terreno baldio e localizar o aparelho celular dele. É uma atitude de quem deve ter muita coisa para esconder”, disse Azem.
O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa de Geordan Antunes. O espaço segue aberto para manifestações.
Entenda o caso
Geordan Antunes foi preso no último dia 17 durante a Operação Diaphthora, deflagrada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso, suspeito de corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada.
Segundo as investigações, ele atuava como mentor e articulador do “gabinete do crime”, que operava na delegacia da qual era titular, no município de Peixoto de Azevedo (MT).
As investigações também apontaram que Geordan e um investigador, identificado como Marcos Paulo Angeli, negociavam vantagens para liberar bens apreendidos, exigiam pagamento de “diárias” para presos e cobravam propina para definir o destino de inquéritos que tramitavam na delegacia.
A Corregedoria apurou ainda que o delegado estaria oferecendo serviços de segurança privada com viatura para alguns garimpeiros da região.
Quem é Geordan Antunes
Natural de Brasília, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues foi nomeado para o cargo de escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 2014.
Dois anos depois, em 2016, Geordan foi promovido a escrivão-chefe de plantão da Coordenação Regional de Polícia Metropolitana. As informações constam no Diário Oficial do DF.
Em 2018, ele deixou a corporação para assumir outro cargo público. O policial atuou na Polícia Civil dos estados de Goiás e do Pará.
No ano de 2020, o agente se candidatou a vereador pela cidade de Redenção (PA), mas não foi eleito. Geordan chegou a dar aulas em cursos preparatórios para concurso público e também ministrava palestras.