Delegado da PF que pediu busca e apreensão contra Aras vira réu
A Justiça Federal considerou que o delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini cometeu abuso de autoridade também em oitiva de Paulo Guedes
atualizado
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O delegado da Polícia Federal Bruno César Calandrini de Azevedo Melo virou réu na Justiça Federal. A juíza federal substituta Pollyanna Kelly recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) – as acusações são de abuso de autoridade por parte do delegado no caso em que ele pede busca e apreensão contra o ex-procurador-geral da República Augusto Aras e em oitiva contra o ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
De acordo com a denúncia, em 26 de maio de 2022, o delegado, na equipe que compunha a Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores, iniciou “investigação sem justa causa e sem autorização judicial e posterior apresentação de representação por medida de busca e apreensão – em desfavor do então Procurador-Geral da República Antônio Augusto Aras – contra as disposições expressas de lei”.
O MPF ainda cita que o delegado visou “satisfação de interesse pessoal em proceder à oitiva ilegal do então Ministro de Estado da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes”.
Após observar as provas e as alegações, a juíza da 12ª Vara Federal Criminal decidiu aceitar a denúncia e citar o réu para responder à acusação no prazo de 10 dias.
Caso Milton Ribeiro
O delegado Bruno Calandrini foi responsável pela investigação sobre o balcão de corrupção no Ministério da Educação que levou o ex-ministro Milton Ribeiro à prisão. Em 2022, ele pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal.
A corporação também abriu sindicância contra ele nesse caso. Na ocasião, Bruno Calandrini falou com o colunista do Metrópoles Rodrigo Rangel e disse que via “caráter perseguidor” nas medidas adotadas contra ele pela direção da PF.
À época, ele chegou a ser afastado de suas funções, mas voltou ao cargo.