Delegado confirma que João de Deus se entregará neste sábado (15/12)
Segundo André Fernandes, que comanda as buscas na PCGO, há acordo com a defesa do médium e a apresentação deve ocorrer nas próximas horas
atualizado
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O delegado-chefe da Polícia Civil de Goiás (PCGO), André Fernandes, comandante das buscas a João de Deus, disse ter entrado em contato com os advogados do líder da Casa Dom Inácio de Loyola e que há acordo para ele se entregar ainda neste sábado (15/12).
Na sexta-feira (14), Fernandes havia dito que, se o médium não se apresentasse até meio-dia de hoje, seria oficialmente declarado foragido. “Os defensores dele nos deram a certeza de que vai haver a apresentação, portanto a questão do horário passa a ser irrelevante. Estamos só alinhando o local”, afirmou o delegado.
Mais cedo, Alberto Toron, advogado de defesa do médium, alegou que a apresentação do cliente “não obedece a prazos rígidos” e “o importante é que ele o faça de maneira espontânea”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás ratificou o discurso do delegado. “As buscas continuam, sendo realizadas por equipes da Deic [Delegacia Estadual de Investigações Criminais]. Não há prazo específico para que ele seja considerado foragido”.
Centenas de acusações
Acusado de cometer centenas de abusos sexuais, João de Deus entrou na mira até da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), que foi alertada para a possibilidade de ele deixar o Brasil. Nesse sentido, a Infraero – estatal que administra a maior parte dos aeroportos do país – também recebeu notificação sobre o caso: se o médium tentar embarcar em algum voo, as autoridades serão acionadas.
Desde a sexta-feira (14), policiais fizeram buscas em mais de 20 endereços, principalmente em Anápolis e Abadiânia, mas não o encontraram. No mesmo dia, a Justiça acatou o pedido do Ministério Público para efetuar a prisão preventiva do homem, que diz fazer cirurgias espirituais.
Os advogados manifestaram preocupação com a integridade física do “líder espiritual”. Ao jornal O Popular, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Junior, disse: “parece que ele está escondido”.
João de Deus é acusado de centenas de abusos sexuais a mulheres que buscavam atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola, centro espírita de Abadiânia (GO), Entorno do Distrito Federal.
A Justiça acatou pedido da força-tarefa da Polícia Civil de Goiás para a prisão de João de Deus. A defesa divulgou uma nota afirmando que pedirá habeas corpus contra a medida, mas isso não exclui a apresentação espontânea. Segundo os defensores, a decisão do juiz é “ilegal e injusta”.