Delegado chama de “facínora” pai de menina torturada até morrer
A criança, de apenas 6 anos, teria sido amarrada, chicoteada e espancada pelo próprio pai e pela madrasta, diz a polícia do Rio de Janeiro
atualizado
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O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) do Rio de Janeiro, delegado Antônio Ricardo, classificou como “facínoras, covardes, malditos” o pai e a madrasta da menina de 6 anos chicoteada, amarrada e espancada até a morte. Os dois estão presos.
O barbeiro Rodrigo Jesus da França, 25 anos, pai na garota, responde por homicídio qualificado pela tortura. Segundo o responsável pelo caso, o genitor da vítima e a madrasta quase foram linchados pelos vizinhos, após Mel Rhayane Ribeiro de Jesus perder a vida.
“Uma covardia tamanha! Uma situação em que essa criança deve ter sofrido bastante. E a atuação da DH busca justiça. Eles responderão em flagrante por homicídio e também pela tortura. Observamos que essas lesões são antigas e, por conta disso, entendemos que essa tortura já vinha acontecendo há algum tempo. São facínoras, covardes, malditos. Acho que não tem adjetivos para esse tipo de gente. Felizmente, nós conseguimos deter esses indivíduos”, comentou Antônio ao jornal O Dia.
De acordo com a perícia, a menina foi encontrada sem um pedaço da orelha, com úlceras no tornozelo e mãos, comprovando a frequência das amarrações e dos chicoteamentos. Em nota, a Polícia Civil informou que os ataques à vítima “ocorriam há tempos”.
Em depoimento, Rodrigo disse que deixava a criança amarrada para não ter acesso aos outros filhos do casal. As agressões seriam para corrigir o suposto comportamento sexual de Mel, que, de acordo com o pai, já havia sido estuprada pelo padrasto. O laudo do Instituto Médico Legal, contudo, não confirma a acusação.
O pai afirmou que a criança havia recebido um “corretivo” e estava de castigo quando parou de respirar. Em outra versão, disse que a menina morreu por ter batido a cabeça. Rodrigo vivia com a criança há seis meses. A mãe teria perdido a guarda após denúncias de que a garota sofria abusos sexuais.