Delegada ouve médicos e marido de vítima de anestesista no Rio
Bárbara Lomba disse que a mulher estuprada também será ouvida quando receber alta. Médico Giovanni Quintella foi preso em flagrante
atualizado
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Rio de Janeiro – O marido da grávida vítima de estupro durante uma cesárea será ouvido na Delegacia da Mulher (Deam) nesta terça-feira (12/7), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ele e o advogado são esperados pela delegada Bárbara Lomba.
O crime foi registrado através do celular de uma enfermeira, que já desconfiava da atitude de Giovanni Quintella, de 31 anos, há um mês. A prisão foi feita pela delegada Bárbara Lomba, titular da Deam. Foi ela quem deu a notícia ao marido da vítima, que havia acabado de dar à luz:
“Eu expliquei que tinha acontecido uma violência com a esposa dele, mas na hora não entendeu bem, tive que explicar novamente. Depois que ele compreendeu, ficou revoltado, indignado, pediu para ver o vídeo. Assim que a vítima tiver alta, ela também será ouvida”, disse a delegada Bárbara Lomba ao Metrópoles.
A prisão aconteceu após a direção médica ser informada pela equipe de enfermagem do estupro. Por volta das 21h de domingo (10/7), os agentes foram até o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti.
“As pessoas no hospital estavam em choque, perplexas. Ninguém acreditava naquilo que estava acontecendo. Quando eu vi o vídeo pela primeira vez, demorei a assimilar. Imaginávamos que a pessoa estava sozinha com a cliente em uma sala. A gente nunca imaginou que pudesse ser uma cena dessas. Ao lado de outros colegas de trabalho”, disse a delegada ao Metrópoles.
Duas enfermeiras e dois médicos foram ouvidos nesta segunda-feira na delegacia. Um deles estava na sala de cirurgia com Giovanni. Após prestar depoimento, ele não quis comentar sobre o assunto.
“Ele (Giovanni) estava como servidor público em um Hospital da Mulher e agiu totalmente ao contrário do que ele deveria fazer. A gente nunca espera isso de um profissional de saúde”, disse a delegada.
No domingo (10/7), Giovanni fez três cirurgias com a mesma equipe. Na terceira, momento em que foi flagrado, a equipe de enfermagem esquematizou todo o flagrante.
Eles mudaram a sala de cirurgia para que o parto acontecesse no local onde o celular estaria gravando, dentro de um armário com vidro escuro, na posição onde o anestesista ficaria.
Há um mês, a equipe de enfermagem já tinha notado atitudes fora do padrão por parte de Giovanni. Uma delas era tentar dificultar a visão dos outros médicos durante a cirurgia, com um pano.
“A sedação excessiva e a movimentação suspeita da cabeça das pacientes também acabaram chamando atenção da equipe. Isso culminou na questão do vídeo e na tentativa de tentar gravar o crime”, contou Bárbara Lomba.
O advogado Hugo Novais, que faz a defesa de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, foi cotado para fazer a defesa de Giovanni, mas declinou ao final da tarde de segunda-feira.
O Metrópoles fez contato com a família do anestesista, mas até a conclusão da reportagem, não obteve retorno.
A audiência de custódia do médico está marcada para esta terça-feira, no presídio de Benfica. Em nota, a defesa informou que aguarda acesso aos depoimentos para se pronunciar.
Veja íntegra da nota da defesa:
“A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manisfestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella”.
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