Delegada diz que confissão não define investigação de morte de pastor
Filhos assumiram autoria do crime envolvendo o marido da deputada Flordelis, mas motivação não está esclarecida
atualizado
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A titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Barbara Lomba, disse nesta sexta-feira (21/06/2019) que a confissão dos filhos do pastor Anderson do Carmo Souza, assassinado no último domingo (16/06/2019), não é uma prova definitiva para a investigação. A motivação do crime, por exemplo, ainda não está definida, e as informações obtidas em depoimentos precisam ser confirmadas com laudos periciais e outras provas materiais.
Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos Souza tiveram prisão decretada nessa quinta-feira (20/06/2019) pela Justiça do Rio. Segundo a delegada, Flávio confessou ter atirado no pastor e marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis (PSD), que estaria no terceiro andar da casa e não teria presenciado o crime. Lucas teria ajudado a obter a arma.
“Ele [Flávio] assumiu ter atirado, mas a confissão não vai definir [o resultado da investigação], e há ainda que se esclarecer como foi essa execução. A narrativa não define. A motivação, por exemplo, não está definida”, disse a delegada, em uma entrevista coletiva à imprensa na porta da delegacia. “Temos muito trabalho a fazer ainda.”
Barbara evitou revelar mais detalhes dos depoimentos já colhidos e disse que outras pessoas serão ouvidas. A delegada ponderou que ainda é preciso entender o envolvimento afetivo e os interesses por trás do crime. “Relatos, sobretudo de pessoas que estão envolvidas afetivamente e que nós ainda não esclarecemos interesses que podem estar por trás, não vão definir investigação.”
Celular desaparecido
O inquérito já permite concluir que o pastor chegou em casa, foi ao closet trocar de roupa e voltou ao carro, quando foi atingido por tiros. Foram encontrados nove estojos de munição de pistola .9mm na garagem e uma arma de mesmo tipo, que ainda precisa ser confirmada pela perícia como a utilizada no crime. O celular da vítima desapareceu após o assassinato, assim como o telefone do filho que confessou ter atirado no pastor.
“O celular da vítima não foi encontrado até hoje. No primeiro minuto, uma das primeiras medidas foi tentar reaver esse aparelho. Lá, haveria informações importantíssimas.”
A polícia ainda não informou quantos tiros atingiram o pastor. Foram encontradas 30 perfurações em seu corpo, mas a perícia precisa confirmar quantas são de entrada e quantas são de saída dos projéteis. “Não podemos afirmar que houve nove disparos.”
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e encontrou um pequena fogueira de papéis estavam sendo queimados. Segundo a delegada, a perícia trabalha para recuperar informações que foram destruídas.